Hipnose aplicada à educação

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qua, 15/10/1997

A utilização da Hipnose em Educação é um dos mais novos (na verdade, antigos) recursos para gerar aprendizagens em processos educacionais ou de mudanças de comportamento. Seja como metodologia para se instalar conteúdos (no caso de aprendizagem de línguas, matemática, etc.) ou como instrumento para instalar novos recursos de comportamento e percepção. Em essência, a hipnose em si mesma é uma ciência de processos.

Tecnicamente consiste em uma determinada forma de estruturar a linguagem de modo a promover "insights" nos participantes das atividades. Se fôssemos ensinar como desenvolver esta técnica, então existiria o conteúdo técnico e os procedimentos. Na aplicação, entretanto, o participante apenas presenciará algumas experiências, vivências e algumas experiências de introspecção.

Neste estilo de atividade não existem induções formais como na hipnose terapêutica, muito menos algo que se relacione com as apresentações de palco e da televisão. De fato, existem convites ocasionais feitos ao aluno a abandonar o esforço do controle consciente e permitir-se entrar em estados naturais de fantasia e devaneio. Os eventuais processos regressivos não são deliberadamente induzidos, porém ocorrem naturalmente na busca de referências passadas (em memória) que sejam associáveis à experiência presente.

Muitas outras tecnologias relacionadas com a prática da hipnose em educação têm sido apresentadas ao publico, tais como: Aprendizagem Acelerada, Programação Neurolinguística, FotoLeitura, Sugestologia. De modo geral, também são ciências de processos e, talvez, a melhor e mais moderna conceituação seja afirmar que são práticas de estados alterados de consciência. Isto porque a palavra "hipnose" tem sido mal compreendida e mal utilizada, gerando, assim, muita controvérsia.

Na prática utilizamo-nos de cenários ou enredos nos quais as metáforas (ou isomorfismos de significado) são construídos e apresentados como ambientes para o apoio da mente consciente tão ávida de entendimento. Simultaneamente, oferecemos outras alternativas à mente inconsciente para que ela possa percorrer outros caminhos de percepção e compreensão (em seu sentido amplo: entendimento e captura de significados). Ocasionalmente ocorrem sequestros espontâneos da mente consciente que passa a experienciar alguns fenômenos hipnóticos comuns: regressão, distorção ou projeção temporal, ampliação ou redução do campo de percepção sensorial, sonolência ou torpor que se aproximam e se afastam muito rapidamente, grandes comoções emocionais e, principalmente, uma grande quantidade de "insights" aparentemente desordenados.

Os resultados do uso destas tecnologias em educação consistem em estimular e ativar processos de tomada de decisão, expansão da percepção e da capacidade de associação de ideias e percepções. Não obstante, a melhor metáfora para diferenciar do processo terapêutico formal é imaginar as diferentes atitudes do terapeuta e do educador caso se dispusessem a obter um copo de água limpa a partir de um com água suja: o terapeuta possivelmente, elaborasse um complexo sistema de filtragem para retirar as impurezas daquela água (problema) enquanto o educador, possivelmente procurasse uma fonte com água limpa e, misturando com a antiga, após transbordar, atingiria os níveis de pureza adequados.

Evidentemente, este tipo de linguagem descritiva não faz parte da utilização da hipnose aplicada. É comum ouvirmos a informação de que o ser humano moderno, em geral, utiliza apenas uma pequena parcela de suas capacidades mentais. Também temos a informação corrente que muitos de nós estamos buscando uma ruptura dos métodos formais e convencionais de ensino e aprendizado, haja visto a quantidade de informações que se multiplica permanentemente e que o aproveitamento médio de uma palestra ou seminário possua índices extremamente baixos (o maior que já ouvi foi 30%)

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