Onde estão os seus limites?

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ter, 05/01/2016

Henry Ford: “Se você pensa que pode ou se pensa que não pode,
de qualquer forma você está certo.”

Aqui temos uma surpresa. Provavelmente estará errada a sua ideia sobre os seus limites pessoais: quem você é e tudo o que você pode ou não pode fazer.

Ahh! Maneira estúpida de estabelecer rapport, não é? Começar uma conversa dizendo para alguém que ele está errado? Acha que ele é tonto? Sugerir que ele é ignorante, mal informado, etc.?

Sim, é um risco.

Mas acredito que nos conhecemos tão bem, a essa altura, que você vai me dar um tempo, pelo menos até você ver aonde quero chegar.

Então, me conceda um minuto, e vou explicar o que quero dizer com "limites".

Quando eu digo "limites", quero dizer uma linha além da qual você simplesmente não passa. Na maior parte da sua vida, você se depara com limites do tipo físico, mental, emocional ou de outro tipo.

Na verdade, a maioria de nós nem sequer se “defronta” com os nossos limites. Nós sabemos que eles estão lá, e mantemos distância deles. Nós nem sequer consideramos exatamente onde eles estão - "simplesmente não vamos até lá".

Quando consideramos as margens do nosso próprio mundo pessoal, dizemos a nós mesmos: "Eu não posso lidar com isso", "Isso não é para mim", ou quando pensamos em algo fora dos nossos limites e simplesmente dizemos: "De jeito nenhum!"

Algumas vezes você já não teve a sensação como se estivesse tentando dirigir com o freio de mão puxado? Já não se sentiu travado, ou simplesmente chateado com o pensamento de que alguma coisa poderia ter sido mais divertida se você tivesse realizado o que pensou?

Esse sentimento é o que nos impede de testar os nossos limites. E eles estão tão bem enraizados que, na maior parte das vezes, apenas os aceitamos como se fizessem parte real e permanente da nossa personalidade.

Eu o convido para considerar que os seus limites pessoais podem ser mais flexíveis do que você pensa. Para começar, eles provavelmente não foram criados por você, e mais, eles provavelmente não estão, nesse momento da sua vida, no lugar certo para você de qualquer maneira. É por isso que, às vezes, eles podem deixá-lo frustrado.

Não faria mal dar uma olhada neles, não é? Quero dizer, sempre que um limite fosse mudado um pouco, você teria mais "espaço" para viver a sua vida, não é? A sua vida poderia realmente se tornar "maior".

Suponha que você possa mudar um limite. Não uma grande mudança em todas as áreas de sua vida - quero dizer, quem conseguiria lidar com tamanho crescimento?!? (uma pequena piada).

Mas, na verdade, como é uma experiência, vamos considerar apenas uma área da sua vida.

Talvez o limite seja físico - uma questão de força, resistência ou flexibilidade que você pode apenas pensar em alongar um pouco. Quero dizer, o que aconteceria com o limite se você fizesse isso?

Talvez você escolha um limite social - como uma prima minha, muito querida, que não podia entrar em um bom restaurante ou em um carro de luxo sem dizer: "Oh, isso é bom demais para mim!" Isso me deixava louco - era deprimente ouvir uma pessoa querida e esperta colocando-se tão para baixo.

Nesse momento ela está mudando esse pequeno pensamento interno, e parece que está se divertindo mais. E, certamente, ela se tornou uma companhia melhor. Talvez você tenha alguma situação que está evitando e que faria você se sentir melhor - como a minha prima - se você mudasse o que está dizendo para si mesmo sobre isso.

Talvez o limite que você está considerando seja emocional - talvez você gostaria de alongar o seu limite de paciência com o seu cônjuge ou filho ou amigo – como isso tornaria a sua vida mais fácil, mais carinhosa e mais harmoniosa? E também a deles?

Talvez seja um limite de medo - um ponto além do qual você não foi no trabalho, ou uma experiência que parecia atraente, mas algo que o havia parado, enquanto os outros simplesmente continuaram e nem pensarem nisso.

Ou talvez seja alguma coisa mental, "Eu não consigo aprender línguas", "Eu não sou bom em futebol", "Eu não consigo dançar, tenho dois pés esquerdos!"

Ei, um lembrete para a pessoa com dois pés esquerdos - um cara subiu a montanha mais alta do mundo, o Monte Everest, e ele não tinha nenhum dos dois pés! Ele fez isso com próteses nas duas pernas. Então tá. Vá dançar.

Agora sério, eis o que vamos fazer.

Limite é uma outra palavra para o que a minha esposa Viki chama de "fronteiras" (ela trabalha como conselheira).

E fronteiras têm características interessantes. Existem fronteiras rígidas, como entre os países, uma fronteira feita pelo homem, com guardas, portões e passaportes.

Mas o interessante sobre as fronteiras humanas internas é que a maioria delas não têm bordas rígidas. Elas são mais parecidas como a fronteira entre a terra e o mar. No meio existe uma grande área chamada de costa que, dependendo da maré, as vezes é úmida, as vezes é seca.

Nossas ideias internas de limites são como essa costa. E as linhas da maré estão definidas na nossa mente. E, se quisermos, elas podem ser alteradas. Eu vou mostrar como, e você pode tentar, e ver por si mesmo se gosta.

Normalmente, essas fronteiras estão conosco "para sempre". Verifique você mesmo – vá dentro de sua própria mente e escolha uma fronteira sua. Algum limite do qual você esteja consciente, um limite para o seu comportamento, a sua ambição ou seus sonhos.

Entendeu? Bom. Agora olhe para trás. Por quanto tempo essa fronteira esteve lá?

Provavelmente um longo tempo. A maioria dos nossos limites pessoais é parte da nossa experiência por tanto tempo que nem sequer os questionamos mais. Apenas pensamos que eles são parte da nossa realidade. E a maioria não o é. De forma alguma.

Uma exceção: se o limite que você escolheu foi resultado de uma experiência traumática da qual você se recorda claramente, é o tipo errado de limite pessoal para escolher para esse exemplo – vamos chegar mais tarde a esse tipo. Ou você pode curar o seu próprio trauma consultando um Practitioner em PNL ou lendo um livro e se tratar sozinho.

Ok. Voltemos para o seu próprio limite que você escolheu para esse exemplo. Só que dessa vez, não basta aceitar a declaração do limite pelo seu valor de face. Você já ouviu esse limite, viu ou o sentiu tantas vezes que você realmente nem mesmo o examina mais. Num instante, vou lhe mostrar uma nova maneira de olhar para esse limite.

Mas, primeiro, deixe-me contar uma história sobre como a maioria de nós aprende onde estão os nossos limites. Você pode já ter ouvido isso antes, talvez não, mas definitivamente vale a pena ouvir novamente.

Alguma vez você já foi a um lugar onde existem elefantes? Como um zoológico ou um circo? Já viu esses enormes animais amarrados a um poste pela perna enquanto comem feno? Geralmente um pedaço de corda amarrado a um poste que o elefante poderia facilmente arrancar ou quebrar. Já se perguntou por que simplesmente eles não arrancam o poste, arrebentam a corda e saem andando?

O segredo é que os elefantes não querem - a corda é o "limite" da liberdade deles, e eles aprenderam esse limite quando eram filhotes.

Esse é o segredo de como os elefantes são treinados para aceitar ter a perna amarrada a um poste, quando eles poderiam rebentar facilmente a corda e sair andando, se quisessem. O segredo veio da Índia, onde, há séculos, os elefantes tem sido treinados como animais de trabalho.

Quando o elefante é filhote, ele é amarrado por uma perna com uma enorme corda a um grande poste. Quando mamãe elefante se afasta do filhote, ele tenta seguir, mas é impedido pela corda. Tenta puxar repetidas vezes, mas não há chance devido a corda e ao poste. Ele não sai do lugar. Não existe possibilidade do filhote conseguir se libertar. Absolutamente nenhuma chance.

Depois de um tempo, o elefante desiste de tentar se afastar quando é amarrado a um poste. Então, os treinadores usam uma corda cada vez mais fina e um poste cada vez mais fraco.

Como você já ouviu falar, os elefantes têm uma memória muito boa. Eles aprenderam quando filhotes, que quando amarrados a um poste, eles estavam presos. Assim, os elefantes adultos vivem dentro das fronteiras que aprenderam quando filhotes.

Torna-se fácil controlar esses enormes e robustos animais. Com a ilusão de que estão amarrados, quando na realidade, como adultos, eles são tão fortes que poderiam facilmente sair caminhando arrancando tudo.

Nós humanos também temos uma boa memória. E as fronteiras que foram definidas quando éramos pequenos são as fronteiras a que estamos amarrados como adultos. Se quiséssemos, poderíamos cruzar as fronteiras, mas a maioria de nós, na maioria das vezes, apenas aceita a nossa corda como real.

Então, agora, basta dar uma olhada na fronteira da sua vida que você escolheu para esse exemplo. Deixe lhe perguntar...

Como é que você sabe que não pode ir além dessa fronteira? Como você sabe que a linha da maré para você está onde você pensa que está? O quê? Você tentou e não conseguiu passar por ela?

Deixe lhe perguntar, quantas vezes você testou essa fronteira? Quão recentemente? Quão determinado você estava para movê-la, mesmo que fosse um pouco?

Ok, aqui está o meu convite. Ou desafio. Ou a coragem para fazer algo difícil. Ou tudo que você precisa ouvir para se interessar em superar a sua “amarra” imaginária da infância.

Pegue um limite em sua vida. Apenas um. E o examine atentamente. Existe uma imagem? Ou uma voz em sua cabeça, advertindo-o para parar? Ou uma sensação no seu corpo, talvez no seu estômago?

Seja o que for, examine-o com atenção, e se pergunte: "O que aconteceria se eu o empurrasse um pouco?"

Não muito, uns três centímetros. Talvez uns trinta centímetros.

Apenas faça uma tentativa. Eu acho que você ficará surpreso de como pode ser fácil mover um pouco a sua fronteira nessa área.

Afinal, você é mais esperto do que um elefante em um zoológico, não é? Tudo que você tem que fazer é o que os elefantes nunca fazem.

Basta tentar mudar um pouco, só por curiosidade para saber o que acontece com o limite.

O artigo original “Where are your limits?” encontra-se no site da NLP Comprehensive.

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