Metáforas da Vida Cotidiana

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Metáforas da Vida Cotidiana
Título original: Metaphors We Live By
ISBN: 8585725974
Escrito por: George Lakoff, Mark Johnson

A publicação, no mercado editorial brasileiro, de uma obra que sacudiu o mundo acadêmico lá fora e que já garantiu seu lugar como um "clássico" é sempre ocasião de júbilo. Aqueles que se incumbem da tarefa de historiar os rumos das pesquisas sobre o fenômeno da Metáfora desde os primórdios dos tempos, terão forçosamente de referir-se à obra de George Lakoff e Mark Johnson como um importante divisor de águas. Pois o que esses dois estudiosos fizeram foi nada mais nada menos que colocar em cheque todo um modo de pensar sobre a metáfora que a considerava um simples adereço do pensamento - embelezador quando utilizado com cautela, enganador e traiçoeiro quando usado de forma descuidada como se o pensamento propriamente dito pudesse funcionar perfeitamente sem ela. Desafiando a longa tradição, que deita suas raízes nas obras de Aristóteles e mesmo no pensamento do seu mestre, Platão, que faz questão de expulsar os poetas da República dos seus sonhos os autores deste livro sustentam a tese de que, longe de serem fenômenos marginais, as metáforas são de importância vital para o próprio funcionamento da mente humana, uma vez que sem a sua atuação constante, o pensamento em si se tornaria impossível. Ora, as implicações da tese defendida por Lakoff e Johnson vão muito longe, já que dizem respeito não apenas à linguagem, mas, sim, à própria atividade de cognição. Esta, segundo os autores, não se processa de forma desvinculada da linguagem, por um lado, e da nossa maneira de lidar com o mundo, por outro. Para os autores dessa tese bastante original e ousada, as nossas metáforas mais fundamentais são, todas elas, diretamente ligadas às nossas percepções do mundo, a começar pela nossa relação com nosso próprio corpo. Ou seja, a mente e o corpo não são tão independentes como quer a longa tradição metafísica do mundo ocidental, tradição essa consagrada pelo cartesianismo. O começo de toda a atividade cognitiva seria a experiência humana de lidar com o mundo externo.

A tradução dessa obra para o português vai beneficiar o número cada vez crescente de pesquisadores brasileiros e de outros países lusofônicos que se interessam pelo tema de metáfora.

Kanavillil Rajagopalan
Professor Titular na área de Semântica e Pragmática das Línguas Naturais
Departamento de Linguística, Instituto de Estudos da Linguagem, Unicamp

 


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