O poder transformador da PNL na educação

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seg, 05/03/2007

Como Trainer de PNL, eu recebo todo tipo de solicitação. Uma das mais interessantes ocorreu quando fui trabalhar com um grupo de professores de ciências de uma escola do interior. A solicitação veio diretamente do titular da cadeira de ciências que tinha ouvido sobre o tipo de trabalho que eu faço e estava particularmente interessado em como a PNL podia melhorar o aprendizado dos alunos.

Esse artigo é sobre como a PNL auxiliou radicalmente a melhorar a qualidade de ensino na sala de aula e como produzimos progressos mensuráveis nas notas da classe. Em todo o artigo, eu incluí o feedback e as observações de Mick Statham, o professor titular de ciências. Esse feedback nos dá um insight fascinante de como as sessões de treinamento afetaram diretamente o desempenho dos alunos. Nenhum dos professores tinha tido, sob qualquer forma, alguma experiência prévia em PNL.

Estes foram os comentários que Mick Statham fez na introdução do treinamento:

Em 2001 nós contratamos Nick Kemp para realizar quatro dias de treinamento que serviriam como introdução básica para aplicações de PNL nas classes de ciências.

O treinamento abrangia as habilidades de auto gerenciamento para os professores, para melhorias no aprendizado dos alunos e habilidades de gerenciamento para os gerentes de departamentos.

Mick Statham - Titular de Ciências

Reunindo informações

Das minhas discussões iniciais com Mick, ficou claro que ser professor no mundo de hoje pode ser extremamente estressante, especialmente com as demandas sempre crescentes para alcançar os níveis superiores de ensino. Eu, por essa razão, decidi visitar a escola, dar uma olhada no ambiente de trabalho e falar com um por um dos participantes do futuro seminário. Eu percebi rapidamente que existiam áreas específicas que precisariam ser tratadas nas nossas primeiras sessões.

Essas incluíam:

  1. Identificar e desenvolver a linguagem de influência para situações na sala de aula.
  2. A importância de "entrar no estado" para se comunicar melhor com os alunos.
  3. Como tornar as lições memorizáveis usando a rica linguagem sensorial.

Felizmente, eu dissuadi a escola de conduzir as sessões de treinamento no laboratório de ciências, o que logicamente traria associações próprias únicas para os presentes! Em vez disso, nós optamos por um local mais neutro - uma sala de hotel!

Vence o estado mais forte

Ao falar para esses professores, eu descobri que cada um deles estava ansioso para desenvolver habilidades práticas, e não mais teorias do tipo "como ensinar melhor". Também descobri rapidamente, durante a nossa primeira sessão, a simples palavra que enche de medo o coração de qualquer professor – esta palavra é "Ofsted" (ver nota no final). Nesta mesma semana, de uma maneira muito grotesca, tinha sido noticiado pela imprensa que um professor tinha simulado leucemia para não encarar a inspeção do Ofsted.

Encarar cinco classes de 25 alunos todos os dias seria uma tarefa suficientemente assustadora para qualquer pessoa, e por isso durante a primeira sessão, eu demonstrei o poder de gerar estados com recursos nas situações de comunicação. Eu pedi que eles pensassem na classe que mais tinham gostado de ensinar e a comparassem com a classe que tinha sido, anteriormente, a mais difícil. Isso nos permitiu explorar, em grupo, como cada situação de ensino tinha o seu próprio conjunto de submodalidades únicas as quais, lógico, eram os ingredientes para gerar toda uma lista de estados diferentes, muitos do quais estavam longe de serem os ideais para facilitar melhores oportunidades de aprendizado.

Ensinar uma classe de alunos tem muitas similaridades com um monólogo ou qualquer outra forma de se apresentar perante um grupo, onde os primeiros minutos definem o tom para o que se segue. O resultado bem-sucedido de muitas aulas, portanto, depende muitas vezes dos primeiros minutos, durante o qual o estado do professor é crucial. É fácil esquecer que antes de qualquer treinamento com PNL, muitos de nós não teríamos percebido como o nosso próprio poderoso "diálogo interno" afeta o nosso estado geral. Certamente esse era o caso desse grupo, pois quando pedi para cada um detalhar o que havia falado consigo, antes de entrar numa classe, o feedback típico foi: "Isso vai ser um inferno" e "Quanto mais cedo terminar, melhor".

Esse tipo de comentário, previsivelmente, não contribui para criar estados otimizados de ensino e de aprendizado. Nós classificamos essa seção do treinamento como a do "auto gerenciamento." Descobri também que muitos dos presentes já tinham passado antes por situações na sala de aula em que eles se encontravam em estados sem recursos, o que tinha causado um estresse considerável.

Aqui está o comentário de Mick Statham:

"As habilidades de auto gerenciamento que aprendemos com Nick incluía o controle de estados. Também aprendemos que o estado em que nos encontramos é o fator individual mais importante que afeta o nosso desempenho. Crie o estado correto e tudo vem atrás, inclusive a eliciação de bons estados de aprendizado para os nossos alunos. Aprender a modelagem do acompanhar e liderar foi um elemento vital no desenvolvimento das nossas capacidades de ensino e nos forneceu uma lista de opções para gerenciar os alunos e as classes mais difíceis. É justo dizer que a PNL nos deu a escolha consciente e deliberada de um mecanismo que não tínhamos antes."

A arte da doninha na sala de aula

Quando conduzi as entrevistas iniciais com o pessoal, eu percebi que alguns deles usavam, frequentemente, as frases abaixo durante a conversação, todas elas pressupondo fracasso.

Nós vamos tentar…
Com esperança…
Tudo saindo bem…

Quando começaram a prestar mais atenção na linguagem e no estado, cada professor percebeu como a simples mudança da sua linguagem mudava o seu pensamento e totalmente o seu estado na sala. Muitos ficaram assombrados com os resultados que poderiam obter nas situações da sala de aula com a mudança nos operadores modais e ao prestar maior atenção na estrutura da linguagem.

Nos seminários de treinamento anteriores, eu sempre incluí o trabalho com predicados sugestivos. Ocorreu-me que cada professor era um "vendedor de ideias" e que isso podia ser um elemento útil para incorporar nessas sessões.

Os resultados foram espetaculares quando cada professor usou combinações dos predicados sugestivos para acompanhar os alunos para o próximo assunto. Abaixo estão alguns exemplos dos predicados sugestivos:

Você está consciente que...
Já lhe ocorreu que...
Você percebeu que...
Você já se perguntou...
Você já tem...
Como você se sentiria se...
Como você sabe que...

Cada professor experimentou usar combinações dessas frases para estabelecer o cenário do início de cada classe. Eu nunca tinha visto uma resposta tão interessada para esse padrão de linguagem e muitos dos presentes simplesmente adoraram ter esse novo conjunto de ferramentas.

Lições memoráveis usando o VAC

"Michelle era uma garota que podia ser descrita como tendo capacidade média. Quando lhe ensinaram a modelar seu pensamento, ela foi capaz de aumentar significativamente a clareza do pensamento e por essa razão sua habilidade para escrever sobre fatos melhorou dramaticamente. Não me esquecerei mais do dia em que ela modelou um cromossomo gigantesco e delineou o esboço com um metro de altura na minha frente. "Lógico que eu posso ver uma imagem f*****" disse ela, "está bem na sua frente se você olhar". Até então nunca tinham lhe ensinado a aprender daquela maneira. Rapidamente, ela controlava uma maneira completamente nova de alterar o seu pensamento o que ela adorou. Agora a ambição dela é se tornar professora."
Mick Statham

Na primeira vez que eu falei com Mick, ele disse que o grupo de professores já tinha ouvido falar no termo VAC (sistemas representacionais), mas só tinham noções rudimentares de quão poderosa poderia realmente ser a consciência desta ferramenta. Qualquer bom practitioner de PNL tem apreço pelo jogo de ferramentas do VAC, visto que ele é essencial para criar rapport e para o desenvolvimento acelerado e abrangente do aprendizado. Eu havia planejado uma série de exercícios para demonstrar o poder de se tornar mais consciente das submodalidades e como criar melhores estratégias de aprendizado, ao incorporar todos os sistemas representacionais na sala de aula. Eu também percebi que uma das razões pela quais muitos alunos não conseguiam recordar a matéria da aula, era porque "em primeiro lugar, ela não tinha sido feita para ficar na memória".

Aqui está um outro exemplo do extraordinário progresso que foi feito a partir do desenvolvimento da maior consciência do VAC:

"A melhor aluna da classe estava se empenhando na revisão. Quando lhe perguntei o que ela tinha dito para si mesma quando se sentou para fazer a revisão, ela disse com um grau de surpresa: "Tem uma voz na minha cabeça que me diz por que não vou embora e vou fazer algo mais interessante"? Curioso porque em 18 anos, ninguém havia me chamado atenção que a maneira que essa aluna, altamente motivada e inteligente estava falando com ela mesma, poderia influenciar o seu comportamento. Por isso nós fomos examinar mais de perto a representação que ela fazia da situação. "Qual é a imagem que você tem quando essa voz fala com você"? perguntei. "Eu me vejo rodeada de livros até o teto. Eu estou entre pilhas de livros com a minha cabeça baixa e meu corpo sendo triturado." "E como isso faz você se sentir"? "Eu quero fugir e é aí que eu me vejo fazendo outra atividade, como ver televisão."

Nós trabalhamos para mudar a linguagem dela e em seguida, ela tinha reformulado o diálogo interno dela que agora estava dizendo "apesar da revisão ser desafiante, ela vale a pena" ou algo parecido. Isso mudou a imagem para ela recebendo as notas num envelope marrom, o qual, quando ela abriu, tinha notas suficientemente altas para ela escolher a Universidade que quisesse. A sensação mudou para uma de intensa satisfação – que deu uma nova motivação para ela ir estudar. Ela se surpreendeu com a facilidade dessa mudança.
Mick Statham

Feedback dos alunos e professores

"O principal resultado para nós professores de ciências foi a revelação que o conhecimento e a compreensão são representações ou recriações da experiência. Ao entrar em contato com as nossas maneiras próprias de enxergar o mundo e ao modelar isso para os alunos, eles também são capazes de, instantaneamente, entrar em contato com seus próprios recursos mentais, cujo significado eles nunca tinham entendido, como também ninguém havia chamado a atenção deles para o fato. "Nunca ninguém nos ensinou como esse Sr.", é um comentário frequente."

Os resultados desse programa vieram a ser um ponto crítico e decisivo no departamento. Após três anos, nós mais do que dobramos as nossas notas de avaliação, temos alguns dos mais amplos cursos de ciências da cidade e apresentamos os nossos próprios desenvolvimentos sobre a PNL na educação de ciências em eventos regionais e nacionais, bem como perante os mais avançados departamentos das universidades.

Apesar de que muitos resultados podem ser apresentados de maneira jocosa, as estatísticas não mentem!"
Mick Statham

Os resultados dessas sessões me convenceram que o uso da PNL pode produzir progressos importantes nas situações de aprendizagem, muito além do que eu tinha anteriormente considerado. Depois dessas sessões iniciais, Mick Statham e eu associamos os critérios vistos até agora, em um modelo da PNL para a educação chamado de Meta Educação. Nós iremos apresentar seminários sobre esse tema durante o ano, bem como a criação de um website abrangente e de produtos específicos para o mercado da educação usando a PNL.

Ao identificar as melhores estratégias de aprendizado usando o jogo de ferramentas da PNL, nós damos mais oportunidades para esses alunos. Eu estou convencido que prestar uma maior atenção para criar melhores ambientes de ensino internos e externos e, usar a rica linguagem sensorial, possibilita aos alunos aprenderem com mais efetividade e aos professores ensinarem com mais facilidade.

No momento em que nós expandimos nossa mente com mais possibilidades de um aprendizado melhor, nós também expandimos as possibilidades dos outros descobrirem que, muitas vezes, uma simples mudança na abordagem irá produzir resultados extraordinários tanto para professores como para os alunos!

Nick Kemp, Trainer de PNL, criador da Alquimia Humana, autor e escritor freelance.
Seu site www.nickkemp.com

Artigo publicado originalmente na revista Resource Magazine em fevereiro 2005 sob o título The Transforming Power of NLP in Education

Ofsted - Office for Standards in Education – é um departamento não ministerial da Grã Bretanha, estabelecido em 1993, e responsável pela inspeção das normas em escolas particulares e públicas, autoridades ligadas à educação, creches e dos cuidados dispensados às crianças por pessoas qualificadas ou pelas autoridades. Ofsted também é solicitado a fornecer recomendações sobre políticas educacionais para o Governo e o Parlamento.

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