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Sem visualização no olho mental
As crianças que têm aphantasia (acham impossível visualizar uma cena no olho mental delas) ou que são maus visualizadores, estarão em desvantagem se não conseguirem ler ou soletrar. Se elas estão desprovidas da habilidade para criar imagens mentais de palavras e continuamente ficam imobilizadas nesse ponto, isso pode deixá-las estressadas, frustradas ou envergonhadas. Pais e professores podem estar alheios ao problema ou serem incapazes de ajudar, porque eles assumem que todo mundo vê as suas imagens mentais da mesma forma que eles.
Bons soletradores vão dizer que podem ver as palavras, por exemplo cão, gato, cadeira no seu olho de mente. Eles normalmente olham para cima para vê-las. E se você pedir que soletrem uma palavra complicada, eles simplesmente olham para cima e soletram. Cerca de metade da população faz isso tão automaticamente que nem percebem o que estão fazendo. A outra metade não sabe do que você está falando.
Estatisticamente os maus visualizadores não se saem bem se a leitura e a escrita for um sinal de sucesso. No Reino Unido, 20 por cento da população tem problemas de alfabetização e de matemática. Dentro da população prisional 50% dos encarcerados têm dificuldades de leitura e 80% têm dificuldades de ortografia e escrita. O custo financeiro para a sociedade é alto devido à falta de compreensão do que está acontecendo no mapa mental das pessoas e, por conseguinte, na incapacidade de ajudá-los a superar suas dificuldades.
Olive Hickmott dirige um programa nas escolas do interior de Londres para professores e crianças chamado The Keys to Successful Learning through Mental Imagery. As sessões dão uma percepção e uma ajuda sobre o que está acontecendo para os maus visualizadores e, no outro extremo, aos super-visualizadores cujos cérebros são tão ativos que ficam zumbindo em todas as direções e não conseguem tempo suficiente para se concentrarem em qualquer tarefa.
Embora Olive tenha graduação em matemática, ela acredita que teria sido diagnosticada com dislexia quando criança, devido à sua má ortografia e ódio à leitura. Ela diz que tinha quarenta anos quando, pela primeira vez, leu um livro por prazer e teve dificuldade para lembrar o que tinha lido. "Na maior parte da minha vida, meu cérebro tinha sido hiperativo e o meu comportamento era às vezes muito parecido com o do TDAH". Um professor disse à mãe de Olive que o cérebro dela era muito rápido para a mão dela.
Olive disse: "Quando descobri pela primeira vez que os bons soletradores podiam ver as palavras na cabeça deles, fiquei confusa por nunca ter pensado em tentar isso. Depois fiquei furiosa pois ninguém tinha me falado sobre essa habilidade, algo que os outros aceitavam como algo natural.” Eu rapidamente transformei isso num desejo para oferecer essas habilidades para todo mundo. Foi aí que eu descobri que haviam outras habilidades, igualmente importantes, que poderiam mudar a experiência das pessoas na aprendizagem: eu queria transmitir essas mensagens essenciais para outras pessoas com dificuldades de aprendizagem. (Veja o livro de Olive Bridges to Success - how to transform learning difficulties using NLP).
No Reino Unido, todas as escolas são obrigadas a ensinar às crianças a formação e o aprendizado multissensorial, conforme especificado no currículo nacional. Mas os professores não são treinados em como a criança aprende visualmente e o que pode dar errado. Assim, eles ensinam a criança visualmente, entretanto o que eles não estão verificando é o que a criança está fazendo com essa informação no seu cérebro - e como elas estão aprendendo.
O que revelam os exames de ressonância cerebral
A boa soletração e a boa visualização caminham juntas. A Dra. Sally Shaywitz, neurocientista e pediatra, estudou como as dificuldades de aprendizagem e de leitura aparecem no cérebro. Ela afirma que talvez possa se dizer que crianças com dificuldades com a leitura sejam preguiçosas ou não estão motivadas, quando na verdade é a parte do cérebro que lida com a leitura que não está sendo ativada. Os exames de ressonância magnética permitiu aos cientistas localizarem e verem quais áreas do cérebro se iluminam quando usamos o cérebro em uma atividade como a leitura.
Ao agrupar os adultos em aqueles que são bons leitores e aqueles que são maus leitores, os estudos de imagem cerebral mostraram que os bons leitores usam três sistemas principais no lado esquerdo do cérebro. Os maus leitores têm uma ruptura, uma subativação significativa em duas das regiões na parte de trás do cérebro. Os cientistas queriam saber se os cérebros subativados eram o resultado de muitos anos sem leitura, ou se o efeito poderia ser o resultado do adulto não ter aprendido a ler corretamente, em vez de um defeito cerebral.
Um estudo de longo prazo dirigido pela Dra. Sally Shaywitz acompanhou um grande número de crianças do jardim de infância até seus vinte e poucos anos. Algumas crianças eram boas em ortografia, outras tinham dificuldades. O estudo descobriu que as crianças que tinham dificuldade para ler tinham uma subativação significativa nas mesmas áreas da parte de trás do cérebro como os adultos que tinham dificuldades para ler.
O avanço alcançado pelos estudos de imagem cerebral foi passar de simplesmente identificar os sistemas geográficos no cérebro a ser capaz de ver os locais das diferenças potenciais entre leitores bons e maus e qual era o papel de cada um desses sistemas. Sabemos que o cérebro tem plasticidade e que à medida que você aprende coisas novas, novos caminhos neurais são formados para obter e armazenar o novo aprendizado. Como trilhas constantemente usadas em uma floresta, esses caminhos se tornam mais e mais largos e profundos quanto mais forem usados.
Os adultos que têm aphantasia ou que são maus visualizadores frequentemente atravessam a vida encobrindo as suas dificuldades. Muitos se beneficiam assistindo a um dia de soletração e aprendendo algumas técnicas novas de visualização. Os disléxicos são muitas vezes pessoas talentosas e produzem trabalhos interessantes e criativos. Alguns desenvolvem estratégias alternativas para resolver muitos de seus problemas de visualização. Mas aqui está a dificuldade - eles tendem a não dizer para ninguém quais são as suas estratégias de sucesso. Isso pode acontecer porque eles acham que é vergonhoso admitir a deficiência e também porque foi árdua a luta que tiveram para alcançar os resultados que seus colegas tinham como algo normal.
O que sintetiza o pressuposto da PNL O mapa não é o território
Não existem duas pessoas que vejam o mundo exatamente da mesma maneira. Nós passamos a vida na posse de nosso mapa próprio e único e consideramos que a maneira de ver e sentir o mundo é a mesma para todas as pessoas à nossa volta. A PNL nos ensina sobre as paisagens internas das pessoas questionando-as para esclarecer o que elas estão "vendo" no "olho da mente" delas.
A pessoa que tem o problema - também tem a solução
Linden Rowland disse: "Eu não consigo visualizar o que as pessoas estão dizendo então isso ajuda a ter imagens e figuras verdadeiras. Muitos de nós com aphantasia relatam que precisamos compreender as estruturas subjacentes de qualquer assunto que está sendo ensinado. Muitos detalhes ou o aprendizado como rotina não funciona para mim. De certa forma é um pouco ‘caótico’. Eu acho que, com o passar do tempo, os visualizadores gradualmente formam modelos de estruturas subjacentes, ao passo que eu preciso delas desde o início, caso contrário, não tenho nenhum detalhe para me fixar".
O artigo original "Aphantasia and Dyslexia - No ‘Mind’s Eye’ for Visualization" encontra-se no site: www.positivehealth.com/articles/nlp