CAPÍTULO V

PROPOSTA PRELIMINAR:
FACILITADORES NO PROCESSO DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Após o estudo de caso e a observação do modelo gerencial adotado no processo de inovação tecnológica foi possível delinear uma proposta preliminar, propondo a presença de facilitadores neste processo. A proposta é descrita a seguir. Ela foi submetida a um processo de validação na Comunidade Européia, posteriormente.

5.1. Executivo Facilitador:

Para garantir o sucesso em todas as etapas do processo de inovação tecnológica, sugere-se que ele seja conduzido por um executivo facilitador, que se faz presente desde o planejamento estratégico.

5.1.1. Atribuições

Trata-se de uma consultoria interna, a nível de Diretoria, que se responsabiliza pela metodologia de Planejamento Estratégico da empresa, atua como facilitador na elaboração e detalhamento do mesmo, propiciando as revisões da análise de setor, da dinâmica concorrencial e dos cenários, bem como o preparo dos planos de inovação tecnológicas.

É agente nos processos específicos de inovação, onde pode tratar os aspectos legais da questão, por exemplo.

É responsável por coletar informações, formatando-as em um "book", formando um histórico do processo, que permite rastrear variáveis de controle e medir o desempenho da instalação, fornecer subsídios para ampliações futuras e novos projetos de inovação tecnológica.

Aloca e acompanha técnicos residentes nas ilhas de inovação.

5.1.2. Capacitação e características desejáveis:

- Entender conceitualmente o negócio no qual a empresa atua;

- Conhecer os produtos e processos produtivos;

- Estar desvinculado de atividades departamentais;

- Alocar-se em posição com poder político;

- Ter capacidade de articulação, organização e de liderança, mesmo que indireta;

- Revelar disponibilidade para aprender continuamente.

5.2. Técnico Residente

Propõe-se a presença de um "técnico residente na instalação" durante o regime de operação assistida.

A presença deste técnico é importante em situações, como é o caso das indústrias têxteis que importam tecnologia e tem todo um esforço de acomodação posterior.

Recomenda-se que ao iniciar-se uma inovação, no momento da caracterização da aplicação de uma nova tecnologia, uma pessoa da empresa seja destacada para esta função. Alguém, que de algum modo esteja ou possa familiarizar-se com esta nova tecnologia, rápida e facilmente.

5.2.1. Atribuições

Seu perfil é portanto "técnico" e suas atribuições incluem:

- Acompanhar o processo decisório, pelo menos em parte;

- Participar da preparação da instalação, fazendo verificações de ordem técnica;

- Acompanhar o fornecedor na instalação e pré-operação,

- Apoiar a equipe usuária desta nova tecnologia, durante a fase de operação assistida;

- Rastrear as variáveis de controle, cujo elenco foi preparado durante a escolha da nova tecnologia.

Quem o gerencia tem que tomar determinados cuidados, pois trata-se de um personagem novo no ambiente, que tem que integrar-se a equipe usuária, adaptar-se a situações novas e depois ser removido para suas ocupações originais.

A presença do "técnico residente" tem como função "facilitar" a acomodação e não de imposição da nova tecnologia.

Por outro lado ele passará por muitas mudanças nas relações interpessoais, deverá ser adequadamente assistido neste processo, por quem o gerencia.

5.2.2. Características Desejadas

- Conhecimento técnico da tecnologia que está sendo assimilada,

- Iniciativa e dedicação ao trabalho,

- Facilidade de comunicação e de estabelecer novos relacionamentos inter-pessoais,

- Flexibilidade à mudanças.

5.3. Instrumentalização

"Executivo facilitador" é um papel a ser desempenhado, não se trata de um cargo, que possa ser descrito pelo Departamento de Cargos e Salários. É uma função virtual, por assim dizer. Pode ser desempenhada por um vice-presidente de uma organização, um consultor interno ou um assessor da Diretoria. Quem desempenha este papel tem que entender a transitoriedade da função. Esta pessoa se deslocará dentro da organização com os projetos.

Um executivo facilitador pode tanto figurar em um processo de inovação tecnológica, como em outro processo qualquer de inovação. Podem como é o caso de equipes voltadas à implantação de técnicas como "Just in Time" e "Kanban" ou Manutenção Produtiva Total, trabalharem em um grupo de facilitadores.

Como os facilitadores tem como característica forte em sua atividade profissional o estabelecimento de diversas relações inter-pessoais. Quanto melhor instrumentalizados estiverem para um bom desempenho de comunicação e negociação tanto melhor seu desempenho.

Sugere-se que no processo de identificação de facilitadores se empregue os testes MBTI, que é um indicador de preferências. Para capacitá-los, treiná-los no perfeito emprego de todo o instrumental colocado disponível pela Programação Neuro Lingüística, como meio de assegura excelente desempenho numa atividade tão multifaceada como é a assimilação de novas tecnologias.

É hora de responder a uma pergunta sugerida desde o início: "O que é Programação Neurolingüística ?", e o que é o Indicador de Preferências?

Que tal um capítulo inteiro só para isto?