Eliciação

Termo do Mês - Junho de 2019

A eliciação é uma habilidade chave da PNL. De acordo com o dicionário Webster's, a eliciação “atrair ou realçar algo latente ou potencial” e “evidenciar uma resposta ou reação”. Fazer perguntas, acessar novamente memórias de situações e eventos específicos, envolver uma pessoa em uma tarefa ou uma atividade pré-projetada, ou desempenhar uma função que tenha características particulares, são exemplos das várias formas de eliciação.

Cada técnica de PNL, desde a simples ancoragem ao círculo de excelência, a reimpressão, a estratégia da Disney e a formação de equipes envolve algum tipo de eliciação. As habilidades e os princípios da eliciação são a essência de todos os procedimentos de modelagem em PNL e são aplicados para externar e definir estratégias, resultados bem formulados, estados internos, crenças limitantes e empoderadas e outras experiências em muitos níveis. Na PNL, os procedimentos de eliciação são usados para acessar recursos e coletar informações. Acessar recursos envolve atrair potenciais latentes. Coletar informações envolve suscitar respostas e reações específicas.

A abordagem da PNL para a eliciação relaciona-se com a sua ênfase em liderar com experiência e com a pressuposição de que “todos os recursos necessários para alcançar um determinado estado desejado já estão, pelo menos potencialmente, no sistema”.

Muitos estados e estratégias aparecerão espontânea e naturalmente durante o curso de uma conversa ou interação, isto é, as pessoas fazem o que estão falando. Quando uma pessoa fala com você sobre um problema, um resultado desejado, ou qualquer outro aspecto da experiência, a pessoa demonstrará explicitamente, verbal e não verbalmente, os processos internos que ela normalmente usa para acessar e dar sentido a essa experiência. Estar observando e atento, o practitioner de PNL pode reduzir muito o seu trabalho e esforço no processo de eliciação. Quando as pessoas falam sobre decisões passadas, por exemplo, elas repassam seus passos estratégicos para tomar aquelas decisões, como os “replays” frequentemente exibidos nos programas esportivos da televisão. Quando um indivíduo fala sobre uma experiência estressante, muitas vezes ele percorre inconscientemente a sequência de representações que levaram à reação estressante. Uma pessoa falando sobre sua dificuldade em aprender algumas vezes demonstrará a própria sequência de representações que está criando o problema.

Muitas vezes, no entanto, as experiências específicas a serem modificadas ou utilizadas como recurso não estão disponíveis de imediato para o indivíduo. Em tais casos, o practitioner de PNL precisa recorrer aos seus próprios recursos para eliciar a estratégia do indivíduo. Há várias maneiras efetivas de se fazer isso.

Métodos de eliciação

Os métodos de eliciação da PNL mais comumente usados envolvem recordar e reviver uma experiência específica, ou realizar uma tarefa que pressupõe ou desencadeia uma determinada estratégia, recurso ou estado do problema. Se uma pessoa tem fobia de falar em público, por exemplo, pode-se solicitar que ela “pense numa ocasião” em que teve dificuldade para fazer um discurso, ou solicitar que ela fique de pé diante de um grupo e fale. Do mesmo modo, para eliciar o recurso da criatividade de uma pessoa, pode-se solicitar que ela lembre e reviva uma vez em que foi particularmente criativa, ou faça algo criativo naquele local e naquele momento.

O primeiro método tem vantagens porque o indivíduo pode mais facilmente se distanciar da experiência afim de "pensar" ou "refletir” sobre a estrutura da experiência. Além disso, se a experiência for desagradável, pode ser mais fácil para a pessoa se dissociar ou "sair" da experiência. As desvantagens são que a pessoa pode dar sinais contaminados ou mistos, porque a pessoa está continuamente tendo que passar pelo processo de recordação. Ela pode entrar e sair do estado ou experiência acessada, criando confusão para um observador inexperiente. Além disso, a pessoa tende a fazer uma quantidade significativa de filtragem (exclusão, distorção e generalização), pois está decidindo o que acessar e apresentar aos outros.

A vantagem do segundo método é que ele fornece informações mais imediatas, de “qualidade mais elevada", sobre as experiências ou estados a serem explorados e utilizados. Há menos filtragem consciente da experiência e, portanto, pistas mais espontâneas e inconscientes disponíveis. Uma desvantagem dessa abordagem é que a pessoa pode ficar “presa no conteúdo” da experiência e incapaz de refletir com facilidade sobre o seu processo ou desenvolver “metacognição” suficiente. Por outro lado, pode surgir um problema se a pessoa se torna excessivamente autoconsciente durante a tarefa ou execução, fazendo com que ela fique desconfortável ou dissociada com a sua experiência.

Outra forma comum e poderosa de eliciação é "agir como se." O processo de agir "como se" permite que a pessoa abandone a sua atual percepção das limitações da realidade e use a sua imaginação mais plenamente. O processo utiliza a capacidade inata das pessoas de imaginar e fingir para externar ou criar reações. Agir "como se" é uma das formas mais profundas de eliciar recursos. Quando uma pessoa está bloqueada ou confusa, por exemplo, ela pode ser solicitada a “agir como se estivesse confiante e desimpedida.” Isso geralmente ajuda as pessoas acessarem potenciais latentes que não estão sendo usados.

O processo de PNL de tomar a “segunda posição” colocando-se no lugar de outra pessoa, é uma forma especial de agir “como se”. Muitas vezes, certos estados, estratégias e recursos podem ser acessados mais facilmente quando a pessoa age como se fosse outra pessoa. Por exemplo, pense em uma situação difícil. Então, “aja como se” você estivesse vendo, ouvindo e sentindo a experiência a partir da perspectiva de um mentor habilidoso. Isso provavelmente trará novas perspectivas, reações, crenças, etc., sobre a situação.

A escolha de um método de eliciação envolve considerar o tipo de informação ou experiência necessária. Uma situação particular pode ser experiências adquiridas de diferentes posições perceptivas, isto é, associadas, dissociadas; self, outro, observador; passado, presente, futuro; etc. A eliciação usando o primeiro método de acessar uma memória é provavelmente o mais valioso para obter uma metaposição em relação a eventos passados. A eliciação envolvendo a execução de uma tarefa é útil para extrair uma experiência associada no presente. Agir “como se” ajuda a criar representações associadas relativas ao futuro.

Eliciando a estrutura de uma experiência

Além de acessar experiências, a eliciação também envolve extrair, descompactar, quebrar e segmentar uma estratégia, estado ou experiência em seus componentes individuais. Para conseguir isso, serão necessárias duas importantes ferramentas de análise:

  1. Um vocabulário – um conjunto explícito de distinções representacionais e um sistema de notação com o qual são descritos vários aspectos da experiência humana (como a fornecida pelo modelo R.O.L.E.).
  2. Um conjunto de indicadores sensoriais ou sinais comportamentais através dos quais essas distinções representacionais podem ser identificadas (como aquelas listadas no Modelo B.A.G.E.L.).

Esses conjuntos de distinções podem ser aplicados, por meio de processos como Análise Construtiva ou Eliciação do TOTS (Testa, Opera, Testa, Sai) para analisar a estrutura do estado, estratégia ou recursos que estão sendo eliciados.

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