William James

William James (1842 - 1910), William James filho do filósofo Sir Henry James e irmão do novelista Henry James, era psicólogo e filósofo e é considerado um dos criadores da psicologia moderna. No seu famoso trabalho, "The Principles of Psychology" (1890), James assentou a base para a psicologia cognitiva e estabeleceu muitos dos conceitos fundamentais da PNL, incluindo as noções do sistema representacional, das pistas de acesso e das linhas do tempo. Escrito com uma clareza e um estilo excepcional, "Principles of Psychology" é um clássico reconhecido.

Assim como a PNL, James partiu da premissa que o 'mapa não é o território.' Ele acreditava que não existia um mundo externo fixo a ser descoberto pelas nossas mentes mas sim o que ele chamava de "confusão agitada e que zunia" e que nós a organizamos através da nossa experiência do modelo do mundo. De acordo com James, o universo, bem como o nosso conhecimento dele, está continuamente evoluindo. Assim, ele não nunca poderia ser reduzido a um simples mapa ou modelo. James afirmava que a consciência funcionava de uma maneira ativa, importante para relacionar e organizar as nossas impressões sensoriais e pensamentos, dando-lhes uma continuidade como um fluxo. Esse "fluxo da consciência" é similar ao que é chamado de "estratégia cognitiva" na PNL.

Como resultado dessa exploração da consciência humana, James observou que, muitas vezes, as pessoas parecem desenvolver certas preferências sensoriais. Ele escreveu:

Em alguns indivíduos o habitual "jeito de pensar," se assim podemos chamá-lo, é visual; em outros ele é auditivo; e talvez na maioria, ele seja igualmente dividido.

Numa seção do seu livro "Imagination", James comparou as características das pessoas que tinham diferentes forças representacionais.

Uma pessoa cuja imaginação visual é forte acha difícil entender como aqueles que não têm essa faculdade podem pensar. Algumas pessoas certamente não têm nenhuma imagem visual digna do nome, e ao invés de verem a mesa do seu café da manhã, eles vão lhe contar que lembram ou sabem o que estava em cima dela. Esse conhecimento e lembrança ocorre certamente por meio de imagens verbais....

O tipo auditivo parece ser mais raro do que o visual. Pessoas desse tipo imaginam o que elas pensam na linguagem do som. A fim de lembrar uma lição elas imprimem em suas mentes, não a aparência de uma página, mas o som das palavras. Elas raciocinam, bem como se lembram, pela audição. Ao executar uma soma mental elas repetem verbalmente o nome dos números, e somam como se eles fossem sons, sem qualquer pensamento de sinais gráficos. Imaginação também toma a forma auditiva ...

Imagens de tato são muito fortes em algumas pessoas. Como as imagens de toque mais vívidas aparecem quando nós mesmos mal e mal escapamos de uma lesão, ou quando vemos alguém machucado...

Talvez o tipo motor permanece o mais interessante de todos, e certamente é o menos conhecido. Pessoas que pertencem a esse tipo fazem uso da memória, do raciocínio e de todas as suas operações intelectuais e das imagens derivadas do movimento.

Essas são as descrições clássicas dos aprendizes visuais, auditivos e cinestésicos sob a perspectiva da PNL. A partir dos estudos de Galton, Charcot e Binet e da sua própria pesquisa, James forneceu inúmeros exemplos e detalhes sobre os traços, as resistências e os problemas associados aos indivíduos que colocam mais ênfase nas modalidades particulares. James também proporcionou maneiras para as pessoas ampliarem e fortalecerem as capacidades representacionais através de métodos linguísticos e do comportamento. As ferramentas e as técnicas da PNL realmente colocam em prática as observações de James para alcançar resultados práticos em áreas como comunicação, terapia, empresas, educação, etc.

James era um astuto observador introspectivo e também muito atento na relação entre as representações mentais, a linguagem e a psicologia. Numa das suas mais fascinantes reflexões, James preparou o terreno da PNL para a noção de "pistas de acesso." Indicando que o micro movimento sempre acompanha o pensamento, ele descreveu o que é bem conhecido na PNL como pistas de acesso ocular (os olhos se movendo para cima e para a esquerda ou direita para a visualização). Também postulou que todos os processos mentais são acompanhados e conduzidos por tipos semelhantes de mudanças físicas precisas. Ele observou que, como os processos que elas refletiam, essas micro pistas fisiológicas poderiam formar padrões consistentes, independentes do conteúdo da consciência da pessoa.

A peculiaridade dos ajustes seria que eles são reflexos mínimos, poucos em número, incessantemente repetidos, constante entre grandes flutuações no resto do conteúdo da mente, e inteiramente sem importância e desinteressante exceto por meio dos seus usos em promover ou impedir a presença de várias coisas, e ações antes da consciência.

Essa é provavelmente uma das mais elegantes definições já escritas sobre o que as "pistas de acesso" significam para a PNL. Ao aprender a ler tais "reflexos, se pode reconhecer e influenciar modelos de pensamentos em si mesmo e nos outros. A PNL desenvolveu muitas técnicas que realmente aplicam as pistas de acesso para a comunicação e a mudança.

James, sem dúvida, teria aprovado esses tipos de aplicações. Como filósofo, James era um forte patrocinador do pragmatismo, uma abordagem filosófica desenvolvida na América que enfatizava a "utilidade" como um critério primário para o conhecimento e a conduta. A PNL compartilha o mesmo critério primário. A ênfase da PNL nos objetivos, nas habilidades e nas estratégias é essencialmente uma abordagem pragmática.

Em seus últimos trabalhos, James mudou da exploração das capacidades cognitivas para processos de níveis mais elevados. Em "The Will to Believe" (1897) e "The Varieties of Religious Experience" (1902), James examinou a questão das crenças. Ele notou que em muitos casos não existia nenhuma evidência imediata em que a crença de alguém estava baseada. Ele conclui que, por exemplo na área da fé religiosa, a crença pode criar sua própria "verdade" por causa dos efeitos criados na experiência do crente. Ele conclui que algo como "crença em Deus" podia assim ser pragmaticamente justificada se ela fizesse uma diferença positiva na experiência do crente.

Embora a influência de James em muitos aspectos fundamentais da PNL não ter sido reconhecida, suas observações e ideias foram essenciais para o desenvolvimento da PNL. Além do sistema representacional primário e das pistas de acesso, os estudos de James também cobriram a percepção do tempo (a qual ele comparava a um barco navegando no "fluxo da consciência"), a concentração e o que é chamado de "submodalidades" na PNL.

Principles of Psychology de William James deveria estar na lista de leitura de qualquer estudante de PNL.

Texto traduzido e adaptado da Encyclopedia of Systemic NLP and New Code de Robert Dilts e Judith DeLozier.