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Quando o que você faz "não funciona"
Eu uso a PNL porque ela é um excelente modelo de como funcionam os seres humanos. Note que eu não disse que: "Eu uso a PNL porque a PNL funciona." Na realidade, a PNL não funciona, é a pessoa que funciona. Alegar que a PNL funciona, independente da pessoa, seria violar as pressuposições da PNL. Cada pessoa está encarregada da sua própria neurologia, e nenhum sistema (incluindo a PNL) irá tirar esta capacidade dela.
Então, quando alguém me diz que o que nós fazemos (usar a PNL em situações educacionais, de cura ou terapêutica) não funciona, ele está somente me dizendo que o que eu sempre soube. Por que a PNL não funcionou – isto é, como a neurologia da pessoa funcionou apesar da PNL – é o meu interesse imediato. Se você realmente entende isso, você nunca irá de novo ter a experiência de que a PNL "não funciona." Em vez disso, você e seus clientes irão descobrir cada vez mais sobre como o que eles fazem funciona, e como fazer isso funcionar para o que eles querem.
Esse artigo é sobre o que você fala e faz depois que o processo formal da PNL está concluído. É a respeito do uso da sua linguagem para mudar a experiência do que aconteceu ao cliente, pois assim cada evento será uma seta apontando o caminho do sucesso.
Padrão 1: pressignifique para realizar um teste mais tarde
Em primeiro lugar, lembre-se que tem muita coisa a fazer na PNL antes que o cliente termine qualquer processo de PNL. Como você fala e se comporta, nessa hora, preestabelece a expectativa do resultado para o cliente. Eu adotei a política de Richard Bandler de não ajudar alguém a mudar até que ele me mostre duas coisas:
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Que ele realmente tem um problema para ser mudado. Eu pergunto: "Quando você pensa agora sobre o problema, você consegue recuperar o suficiente das sensações deste problema de maneira que você saberia se ele mudou?" Até que ele consiga, é arriscado seguir em frente. Afinal, como é que ele vai saber se foi bem-sucedido? Naturalmente, alguns dizem que só têm o problema numa determinada situação. Eu digo, com um ar de convicção: "Certo, então vamos para lá agora!" Logo que eu tenho a resposta pré-testada desse comentário, eu posso verificar com mais facilidade o que está diferente mais tarde, no meu teste pós.
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Como ele faz o problema. Isto é uma estratégia de eliciação padrão da PNL. Eu digo: "Uau! Isto é impressionante. Como você faz isto? Como você sabe que é hora de começar?" Essas perguntas pressupõem que o cliente "faz" alguma coisa. Ao respondê-las, o cliente estabeleceu que se o processo de mudança não funcionar, é porque ele ainda está "fazendo" suficientemente bem o antigo comportamento para conseguir o problema.
Padrão 2: pressignifique para a vida quotidiana
Nos dias que se seguem a um processo de mudança, alguns clientes gostam de super verificar o processo de mudança, procurando por evidências de que ele não funcionou. Isso é como um jardineiro puxando as mudas novas todos os dias para verificar se elas já criaram raiz. Eu desloco a atenção do cliente para mais adiante, usando a técnica do pressignificar (descrito no artigo Pressignificando: dando ao seu ensinamento a colocação perfeita). Assim, depois de concluir uma sessão, eu sempre previno os clientes que:
"Muitas pessoas vão embora e só conferem os resultados das coisas que nós estamos pretendendo mudar. De fato, quando muda um aspecto na sua vida, também outros aspectos tendem a mudar, e é uma boa ideia descobrir o que aconteceu. Assim, durante a próxima semana eu gostaria que você reparasse o que mais mudou na sua vida como resultado desse processo."
As duas maneiras que as pessoas podem usar para se certificarem que a PNL não funciona
Vamos supor que eu realizei um processo de PNL em um cliente, e o pressignifiquei como mencionado acima. E também vamos supor que seja um processo que eu sei que foi bem-sucedido quando usei na minha neurologia e na neurologia de alguns outros. Afinal, se o meu processo não é apropriado para esse critério, eu não o usaria.
Se esse processo "funcionou" quando eu e outras pessoas o usamos, isto significa que o meu cliente "mal sucedido" fez algo diferente do que eu e as outras pessoas bem-sucedidas fizemos. O processo ainda pode "funcionar", mas eu preciso descobrir o que o meu cliente fez de diferente. Eu posso ter esquecido de falar sobre algum passo do processo, ou posso ter assumido que ele faria algo que não fez.
Uma das minhas escolhas é sempre procurar por algum processo da PNL o qual ele já saiba como fazer do mesmo modo que faz uma pessoa bem-sucedida. Isso já é muito bem compreendido na PNL. ("Se o que você está fazendo não está funcionando, faça outra coisa.") Mas aqui eu quero falar sobre outra escolha, que é pós-significar a experiência que ele teve com essa técnica de uma experiência de fracasso para uma de sucesso.
Para fazer isto, primeiro eu quero descobrir quando ele fez algo diferente. Ele fez algo diferente durante a técnica (de modo que ela nunca "funcionou" para ele), ou ele fez alguma coisa diferente depois, de modo que ele agora não lembra como ela "funcionou" para ele. Surpreendentemente, a segunda situação é a mais comum.
Padrão 3: ajudar os clientes a recordarem o sucesso
Não perceber uma mudança é um problema de filtragem da informação (metaprograma) que está sujeito ao motivo pelo qual nossos clientes procuraram ajuda. De um modo geral, os nossos clientes filtram as informações na sua vida, procurando pela evidência de problemas. Um dos elementos do processo para a depressão, por exemplo, é retroceder de novo a todas as experiências positivas, enxergando-as como não permanentes, e se dissociar delas pois assim elas parecem irreais, falsas ou mesmo não existentes. A pessoa deprimida passa então, por todas as experiências agradáveis, as enxerga como permanentes, e se associa com elas pois assim elas parecem reais. A estrutura da felicidade envolve perceber e se associar com o que está indo bem, com o que é divertido.
Martin Seligman esclarece sobre seu trabalho com crianças deprimidas (Seligman, 1995): "Não importa quantos sucessos [o que ajuda o facilitador] relembra, [a pessoa deprimida] demonstra porque os sucessos foram na realidade fracassos. [A pessoa deprimida] não está sendo modesta ou tímida, nem está envolvida numa ladainha de queixas sem propósito. Nesse momento, ela acredita de fato que nada vai funcionar e isso é porque ela não tem nenhuma aptidão. Esse é o padrão de pensamento de uma criança deprimida. Um estilo explicativo pessimista está no centro desse tipo de pensamento. A visão desolada do futuro, do self e do mundo originam-se vendo as causas dos eventos desfavoráveis como permanentes, difusas e pessoais, e vendo de maneira oposta as causas dos bons eventos."
Obviamente, é impossível obter sempre a evidência do sucesso usando apenas esse método de classificação, por isso eu treino o cliente para filtrar as soluções. Muitas vezes eu já vi um cliente me dizer que "nada mudou" num minuto e, no instante seguinte, contar que ele, na verdade, realizou todas as metas que havia fixado para os nossos encontros. O que causa a alteração? Minha disposição é não supor que a memória dele sobre o evento seja realidade, mas, em vez disso pergunto constantemente, em primeiro lugar...
"E então, o que mudou na sua vida (ou na sua experiência da situação que era um problema)? Não importa se a mudança parece pequena no início, o que está diferente?"
e depois, em segundo lugar, para congratulá-lo genuinamente – "Uau, isto é ótimo. Como você fez isto?"
e finalmente, eu continuo perguntando "E o que mais mudou?"
Essas três perguntas vieram da escola Ericksoniana de Terapia da Solução Focalizada (Chevalier 1995). Ao perguntá-las, eu estou treinando o cliente para procurar as soluções. Essa é a estratégia principal da Terapia da Solução Focalizada, um método em que, seus proponentes dizem, 75% dos clientes alcançam suas metas em exíguas sessões de quatro horas.
Padrão 4: ajudar o cliente perceber que o que ele fez funcionou perfeitamente
Alguns clientes fazem coisas diferentes durante a técnica original da PNL, de modo que ela nunca funciona para eles. Ela ainda ajuda a descobrir o que mais mudou, porém eu preciso uma resposta imediata quando o cliente me diz: "Isso não funcionou." Tal cliente, de algum modo, combinou mal as minhas instruções durante o processo, e desta forma eu sei que, em algum nível, ele valoriza ser capaz de ser diferente.
A minha resposta é muito simples. Eu acompanho o comentário da pessoa, e o conecto com a palavra ‘porque’ para uma explicação que lhe coloca a responsabilidade, e sugiro que ser diferente é igual a fazer o processo, pois ele funciona. A estrutura é:
"Está certo, não funcionou… porque você não fez o processo da maneira que eu falei. Em vez disso, você fez o que sempre faz... e a única maneira de conseguir um resultado diferente é fazer do modo que eu falei. Você quer conseguir este resultado diferente?"
A coisa mais comum que os clientes fazem – e que não estava nas instruções - é procurar o fracasso enquanto o processo ocorre, normalmente usando uma voz interna crítica. Enquanto eles fazem o processo, ela diz para eles: "Isso provavelmente não vai funcionar." Isso é tão comum que eu normalmente confiro isso quando o cliente não consegue o resultado desejado.
Padrão 5: verificação ecológica
Na PNL, uma das suposições que nós fazemos é que existe uma intenção para cada comportamento, e assim, se o cliente não mudar, pelo menos parte dele deve ter alguma razão para não mudar. Procurar o fracasso é um metaprograma tão poderoso, que eu acredito que ele, muitas vezes, opera independentemente de qualquer outra intenção do que a sua própria. Ele permanece uma escolha importante para lidar com a ecologia, e com a intenção de classificar o fracasso (por exemplo, "não se abater por ter ficado muito esperançoso"). Esse artigo não tem a finalidade de negar tal conceito central da PNL, mas somente acrescentar escolhas para o seu uso. A ecologia é em si mesma uma pós-significação útil, e eu, por exemplo, a uso assim:
"Está certo que não funcionou, e pode ter uma parte de você que tenha uma boa razão para que ela não para funcionasse, e se você pudesse saber qual era a intenção dessa parte, qual seria...?" [seguida por qualquer Processo de Partes da PNL].
Exemplo um (Richard)
Os dois exemplos seguintes demonstram o uso dos padrões 3 e 4 (o núcleo do nosso modelo de Pós-significação).
Uma mulher, a quem vou chamar de Jan, veio me ver porque ela estava deprimida. Eu sugeri que, toda manhã antes de sair da cama, ela identificasse três coisas (por menores que fossem) que ela aguardava com interesse naquele dia. E a cada noite, antes de dormir, que identificasse três coisas pelas quais tinha ficado agradecida naquele dia. Ela voltou na semana seguinte, e aqui está a conversa pós-significação:
Jan: Bem, aquela ideia de pensar em três coisas pelas quais eu me sentia agradecida não funcionou. De fato, isso me fez sentir pior. Era tão difícil fazer isso que eu comecei a me sentir muito desanimada.
Richard: Está certo, não funcionou porque você não fez da maneira que nós tínhamos combinado. O que na realidade você fez, pela sua descrição, foi, por um tempo, experimentar e pensar em três coisas, e depois parar e dizer a você mesma que era muito desagradável. Isso é uma maneira segura de se sentir mal, e parece que realmente funcionou.
Jan: Sim. De qualquer forma eu não tenho muito para ficar agradecida. [chorando]
Richard: Certo, não tem, e esta tem sido a maneira que você tem usado para pensar sobre a sua vida por um longo tempo. E cada vez que você pensa na sua vida dessa maneira, incluindo aquele momento, você obtém o mesmo resultado, certo?
Jan: Bem, é.
Richard: Então, apesar de tudo, você estaria interessada em fazer alguma coisa diferente, você que já está craque em fazer desse jeito?
Jan: Eu acho que sim, mas não sei se posso.
Richard: Bem, pelo menos você podia verificar "O que mudou na sua vida durante a semana?"
Jan: Quase nada. Provavelmente tudo ficou pior essa semana, porque minha mãe estava me visitando.
Richard: Então sua mãe estava lhe visitando, e você estava sob mais estresse. Eu imagino que as coisas poderiam ter ficado muito pior. Como você conseguiu?
Jan: Humm. Bem, na verdade, quando ela veio no ano passado nós tivemos uma briga muito grande, mas dessa vez eu pensei: "Eu sei quais são os temas polêmicos e eu não vou falar de nenhum deles."
Richard: Uau, isto é ótimo! Como você soube como fazer isto?
Jan: Eu acho que estou aprendendo. Eu não tenho motivo para me desgastar.
Richard: Bem, o que mais melhorou durante essa semana?
Jan: Humm. Bem, pensar nas coisas que eu aguardava com interesse foi na verdade bem mais fácil. E eu fiz certinho na maioria dos dias.
Richard: Ótimo! Essa é uma grande mudança. O que estava diferente nesses dias?
Jan: Agora que você mencionou, nesses dias eu não me senti tão mal apesar de tudo. Foi só ontem que as coisas na realidade se amontoaram.
Richard: Então, na maior parte da semana você, na verdade, se sentiu melhor do que o usual, apesar da sua mãe estar por aqui?
Jan: Hum-humm.
Richard: Isto é maravilhoso. O que mais estava diferente essa semana?...
Exemplo dois (Margot)
Um homem que vou chamar de Bob, veio participar de um treinamento de fim de semana. Neste treinamento, eu faço um exercício de visualização com as pessoas. Elas, de pé, giram e apontam para trás com o braço estendido, e depois retornam para frente. Depois elas se imaginam indo mais longe, e percebem o que iriam ver, sentir e dizer a elas mesmas, se o corpo delas fosse mais flexível e elas pudessem se virar ainda mais. Então elas novamente se viram para trás e percebem como conseguem ir mais longe. (Bolstad, Hamblett e Dyer Huria, 1996) Ao contrário da maioria das pessoas (99%) que fizeram esse exercício comigo, Bob não ficou impressionado:
Bob: Bem, eu acho que na primeira vez eu fui mais longe. De qualquer modo não funcionou para mim.
Margot: É, está certo, não funcionou porque você não fez o processo da maneira que eu disse. Eu disse para imaginar como você iria ver, sentir e parecer se fosse mais longe, e você falou para você mesmo que isso provavelmente não ia funcionar com você. Certo?
Bob: Hmmm. Provavelmente. É, eu acho que sim.
Margot: E, provavelmente também é esta a maneira com que você tem feito muitas outras coisas. Você já é bom em falar consigo mesmo com ceticismo. Se você quer obter um resultado diferente na sua vida, então vale a pena usar esses exercícios da maneira que nós o descrevemos, e fazer somente o que foi exposto. Você acabou de fazer mais esforço do que o necessário. Vamos fazer agora mais uma vez, na maneira nova.
Sumário
Pós-significar é uma série de técnicas de linguagem para descobrir como os clientes se encarregaram da sua neurologia, e como o sucesso deles foi pressuposto. As técnicas descritas aqui incluem:
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Antes de aplicar qualquer técnica de mudança, faça um pré-teste com o cliente demonstrando que o problema existe, e explicando a estratégia que ele usa para fazê-lo.
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Diga para as pessoas usarem o tempo entre as sessões para procurar as outras mudanças que aconteceram como resultado da mudança essencial que você fez na sessão.
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Pergunte, repetidas vezes, pela informação sobre o que mudou entre as sessões, e treine o cliente para procurar o sucesso, e o congratule pelos resultados.
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Quando um processo não funciona, acompanhe a experiência do cliente com o não funcionamento do processo e mostre-lhe que ele fez alguma coisa a mais que resultou no resultado (normal para ele) que ele obteve. Faça-o repetir de novo o processo.
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Controle as intenções internas que podem dar a impressão de estarem em conflito com a mudança desejada e resolva usando a Integração das Partes, etc.
Bibliografia
- Bolstad, R. with Hamblett, H. and Dyer Huria, K. Pro-fusion: Neuro Linguistic Programming and Energy Work, Transformations, Christchurch, 1996
- Chevalier, A.J., On The Client's Path, New Harbinger Publications, Oakland, California, 1995
- Seligman, M.E.P., The Optimistic Child, Random House, Sydney, 1995
Artigo publicado sob o título Postframing: Finding The Excellence That Was There no site: www.transformations.net.nz
Tradução JVF, direitos da tradução reservados.