Judith DeLozier - PNL Generativa, parte I

Entrevista com Judith DeLozier – parte 1 
Por Maíra Larangeira, coordenadora do 10º Congresso Latino-Americano de Programação Neurolinguística (PNL)


Considerada a “mãe” da programação neurolinguística, Judith DeLozier irá nos proporcionar a grande satisfação de abrir o 10º Congresso Latino-Americano de PNL, além de ministrar o curso pré-congresso: PNL Generativa, a 3ª Geração. Entre os dias 25 e 27 de outubro, no Hotel Novo Mundo, no Flamengo, esteja conosco nesse encontro especial para conhecer porque a distância entre você e você mesmo é a mesma distância que tem entre você e outra pessoa. Venha compartilhar ideias para novas possibilidades emergirem a partir das nossas interações. Saiba um pouco mais sobre isso na entrevista que a vice-diretora do INAp e coordenadora do evento, Maíra Larangeira, fez nos Estados Unidos com a sócia de Robert Dilts na NLP University. Confira a seguir:

Você poderia explicar brevemente o que é PNL de terceira geração?
Brevemente para entender a Terceira Geração da PNL, você tem que ter uma ideia da primeira e da segunda geração. A primeira geração da PNL era focada no intelecto, na mente consciente, nas estratégias, em como pensamos. E a segunda geração da PNL é mais focada no corpo, a mente somática. Então você tem a mente do intelecto, a mente somática e você tem a terceira geração, que é sobre trazer o alinhamento do intelecto e do corpo para o campo, na mente que reside no campo, no espaço entre as pessoas, no espaço pelo qual nos conectamos, no campo que criamos.

E quais são as novidades que trouxe em relação às duas gerações anteriores?
As novidades que trouxe foram trazer um alinhamento mente e corpo e também trazer esse alinhamento para o contexto maior, de maneira em que você tem três níveis de alinhamento, embora tenhamos falado sobre isso no início da PNL. Por exemplo, John Grinder e eu costumávamos dizer: primeiro eu tenho que estar alinhado comigo mesmo. Aí então eu tenho que estar alinhado com a minha visão do meus sonhos mas então este sonho vai viver em algum lugar no ambiente. Então, tem que estar congruente com o ambiente no qual vou viver. É como se fosse o ponto de partida de alguma maneira, criando a sensação desse campo que está fora de nós mesmos e conectando com sistemas maiores, no qual estamos servindo. Então essa conexão com esse sistema maior, seja o ambiente, sua comunidade, sua sala de aula caso você seja um trainer. 

E por que a troca de experiências entre diferentes pessoas é valorizada? Qual o valor disso?
Quando nós falamos de campo, quando duas pessoas se juntam para compartilhar ideias, novas ideias emergem no espaço entre elas. Sozinha, aquela pessoa, eu e você sozinhos talvez não sejamos capazes de criar essa ideia, no isolamento. Isto é a mente do campo, quando as pessoas se juntam e compartilham novas ideias emergem nos espaço entre elas a partir do campo. Essa é a ideia, esse é o valor de compartilhar. Eu lembro que o Gregory Bateson costumava dizer que Einstein não se importava em trabalhar sozinho, ele até preferia trabalhar sozinho. 
Einstein era feliz trabalhando em isolamento, indo para o mundo da matemática e fazendo seu trabalho, mas a maioria de nós precisa de feedback do nosso trabalho. E é através dessa conexão, do feedback, da conversa que nós nos corrigimos enquanto seres humanos, e também como amadurecemos ideias com outras pessoas, como colaboramos de maneira generativa. Isso requer tanto o meu ego quando a minha alma. Porque se for só o ego é provável que eu não vá compartilhar, se for algo ao qual eu me apegue. Mas quando nós temos equilíbrio, aí nós compartilhamos essas ideias e novas ideias emergem, novas possibilidades emergem, a partir desse espaço entre nós, que nós jamais faríamos sozinhos.

A próxima pergunta é: Você trouxe contribuições criativas à PNL, incluindo a sua ampla perspectiva do seu background da antropologia. Você pode falar brevemente, para que o público possa te conhecer melhor, você pode dar exemplos das ferramentas que você criou?
As ferramentas que eu criei? Tem algumas coisas. Uma é um projeto contínuo de modelagem em relação à cultura. Isso é uma coisa contínua, simplesmente me perguntando: Quais são os níveis neurológicos de uma cultura?
Quando você vai para uma cultura, qual o sentido de identidade enquanto cultura que as pessoas compartilham. Quais são as crenças e valores culturais, que as pessoas mantém, não individualmente, mas naquele nível . A maneira como negociamos difere de cultura para cultura. Quais são as diferenças nas habilidades e capacidades e como nos comportamos e refletimos isso. E em um nível mais elevado qual é a minha relação com a natureza, o nível espiritual. No nível da missão, qual é o meu relacionamento com a beleza do mundo exterior, ou Deus, aquilo que nós não somos capazes de descrever. Nesta área, certamente, certamente na área da sintaxe somática (uma das técnicas que ela inventou), alguns movimentos ou o corpo como sistema representacional, não só uma organização que sustenta as emoções, que tem inteligência emocional ou esperamos criar isso. Mas é um sistema representacional, no sentido que ele codifica, decodifica, ele aprende, tem memória e ele tem tantas pistas na sua estrutura superficial, no movimento como a linguagem tem, na estrutura superficial, na sintaxe linguística, ou nas perguntas do metamodelo.

Agora eu tenho algumas perguntas sobre o workshop. Primeiro, eu gostaria de pedir para você deixar uma mensagem convidando a nossa audiência, os nossos alunos para participar no workshop.
Eu acho que qualquer pessoa que tenha interesse na PNL ou tenha tido algum treinamento em PNL, que esteja interessado numa outra perspectiva, eu acho muito relevante, por favor, venha, porque é minha primeira vez no Rio e é minha segunda vez no Brasil, então eu estou muito animada em conhecer novos amigos, em reencontrar os colegas.
Eu acho que se você não está familiarizado com a PNL, será um maravilhoso workshop de dois dias sobre a terceira geração da PNL. Será um excelente workshop para abrir seu espírito para o que é possível na PNL e para as diferenças que isso pode fazer na qualidade da sua vida pessoal e profissional. Acho que todo mundo vai se beneficiar em algum nível. Algumas pessoas vão se beneficiar porque já são trainers em PNL e já tem bastante experiência e conhecimento em PNL. Talvez para eles seja uma nova descrição, uma nova perspectiva. E para aqueles que estão começando agora será uma oportunidade para mudar algo na sua vida que realmente importa pra você. Então, por favor, venham! Quero ver você lá! Vamos festejar, vamos sambar! Uma coisa que eu sei do Brasil é que eles sabem muito sobre sintaxe somática.

Porque gostamos muito de dançar, certo?
Muito! O S.C.O.R.E. dançante é uma das minhas maiores contribuições.

Acho que vai ser muito interessante fazer o S.C.O.R.E. dançante, especialmente no Rio.
E quais serão os principais assuntos, tópicos que serão abordados no programa?

Como o Robert Dilts já esteve no Brasil e fez algum trabalho em PNL de terceira geração, será uma mistura da segunda e terceira gerações. Mas será sobre a área de sintaxe somática e como trazer mais e mais o nosso corpo para o presente para o processo de desenvolvimento, e superação e a importância disso. Em todas as nossas intenções e propósitos, sem nosso corpo, não existimos. Ele é nossa ferramenta e nosso instrumento.

Vamos explorar a ideia das crenças, mas de maneira muito simples e suave. Não é necessariamente sobre mudar uma crença, mas abrir espaço ao redor da crença. Uma das coisas que eu amo sobre a terceira geração é que nós somos muito sistêmicos e orgânicos por natureza. Então, se eu criar espaço suficiente ao redor de alguma coisa, novas percepções pode surgir e o corpo irá se reorganizar nessa nova direção.

Também trabalharemos sobre identidade, todos nós juntos sustentando essa pergunta: quem estou me tornando? Quem o mundo está pedindo que eu seja agora? E quais são algumas emoções e crenças que acompanham isso? E como nós trazemos mais da nossa vivacidade potencial e como usar isso para realmente examinar e mudar o que nós percebemos como limitações. Definir nossos limites, o que sou eu, o que não sou eu, o que é apropriado para mim, o que não é apropriado para mim. Também falaremos sobre a ideia da cura que acontece neste processo e trazer luz às partes de mim que não não importo tanto, as sombras. 

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