Practitioners de PNL praticando Terapia?!

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sex, 15/12/2000

Há quem apresente muitas objeções à realização de terapia por novos Practitioners de PNL (mesmo quando se trata de "aconselhamento" ou de "mudança pessoal", ou de algo semelhante). Geralmente, essas pessoas são movidas por dois tipos de preocupação: 1. "Até que ponto um cliente pode ser ajudado eficazmente?" e 2. "Qual o perigo de ser prejudicado?" por um método inadequado, ou por falta de habilidade do terapeuta na aplicação do método, etc. Embora essas duas preocupações não sejam completamente independentes uma da outra vamos tratar, em primeiro lugar, da preocupação com a eficácia, "Quão bem alguém pode ser ajudado?"

Eficácia

É claro que seria melhor se os treinamentos para Certificação fossem mais longos e mais completos, de modo que os Practitioners que se oferecem como psicoterapeutas fossem melhor treinados. Contudo, na prática, trazer o pessoal para um treinamento Practitioner de 24 horas por dia é muito difícil (e esta é uma das razões porque tantos cursos de practitioners são considerados curtos). Quantos viriam para um treinamento de 240 dias? Contudo, mesmo um treinamento de 240 dias levaria menos tempo do que aquele que um estudante do colegial gasta no seu primeiro ano. A maioria dos psicoterapeutas profissionais licenciados tiveram no mínimo 5 anos de curso e 8 ou mais anos para obter o PhD. Assim, podemos entender porque a maioria das pessoas acha que um profissional licenciado por um treinamento que leva 50 vezes mais tempo do que um Practitioner em PNL faz um trabalho muito melhor para ajudar os outros na realização de mudanças pessoais.

Como as habilidades de um Practitioner em PNL podem, realmente, ser comparadas com aquelas de profissionais licenciados? Eu venho observando as habilidades dos Practitioners, em treinamentos para certificação, por mais de 20 anos. Isso me dá uma base bastante boa de compreensão de suas capacidades e de suas fraquezas, bem como da margem considerável de habilidade / capacidade, ao serem certificados.

Recentemente, vi alguns videoteipes de sessões ao vivo feitas por psicoterapeutas considerados "líderes no setor" de terapia breve - todos com graus elevados de formação e muitos anos de experiência. Todos esses terapeutas são licenciados, e todos eles escreveram livros importantes e conhecidos sobre terapia. Seus nomes aparecem regularmente em brochuras para seminários e nas listas de apresentadores de conferências profissionais.

O que tenho visto nessas sessões de videoteipes varia desde o irrelevante / incompetente até o levemente prejudicial (com algumas poucas exceções como Bill O'Hanlon, Michael Yapko, e Scott Miller)(*). Sem esquecer que os terapeutas que aparecem nesses vídeos são experientes "líderes no setor", e não novatos PhDs, e eles também não incluem pessoas treinados em terapias de longo prazo, que são tipicamente menos eficazes e certamente menos eficientes.

Eu apostaria um bom dinheiro como um Practitioner, que tenha passado por um treinamento completo em PNL, faz muito mais por seus clientes e com tempo e dinheiro muito menores do que qualquer grupo semelhante, não selecionado, de graduados recentes com 5-8 anos de programa de preparação em psicoterapia. A razão é simples; os Practitioners de PNL possuem uma "caixa de ferramentas" muito melhor e mais prática, com métodos que ajudam as mudanças pessoais.

Risco de Prejuízo

Quanto à segunda preocupação, o risco de fazer mal ao cliente, conheço um bom número de exemplos de pessoas que foram seriamente prejudicadas, tanto por profissionais licenciados como por practitioners de PNL, logo o risco existe.

Primeiro, se alguém pensa que a "caixa de ferramentas" da PNL é menos eficaz do que a dos profissionais licenciados, podemos argumentar que o perigo, então, deve ser proporcionalmente menor, uma vez que um número menor de habilidades significa menos capacidade de influenciar alguém. Então, temos apenas que lidar com a ética, por cobrar dinheiro das pessoas por uma terapia ineficaz.

Presumindo que os Practitioners têm uma "caixa de ferramentas" mais eficaz, qual seria o perigo de largar essa caixa de ferramentas mais poderosa nas mãos de alguém com pouca experiência? Mais poder para ajudar alguém mudar não especifica a direção ou a utilidade da mudança.

É MUITO mais fácil ajudar alguém a mudar de uma maneira que seja útil e congruente com seus desejos e objetivos. É necessária uma habilidade muito maior (ou desafio, ou coação) para vencer as reações naturais de autoproteção das pessoas contra uma mudança não ecológica. Com a atitude apropriada, creio que novos Practitioners, com experiência mínima, podem ajudar significativamente muitas pessoas, enquanto protegem, ao mesmo tempo, seus clientes de serem prejudicados.

Quais seriam essas atitudes? Primeiramente ...

1. MUITA humildade em reconhecer quão pouco eles sabem, e quão complexos são os seres humanos.

2. DELICADEZA e cuidado ao oferecer alternativas / intervenções.

3. UM ENORME respeito pelas objeções e preocupações das pessoas, e não querer fazer qualquer mudança até que, e a menos que, essas objeções sejam plenamente satisfeitas.

Essas são atitudes que sempre temos construído em todos os nossos treinamentos, de todas as maneiras que podemos pensar, e repetidamente. Existem alguns programas de treinamento em PNL que não as enfatizam, nem sequer as mencionam, ou que oferecem diferentes maneiras de abordagem. No entanto, com as atitudes acima, acho muito difícil prejudicar alguém. A grande maioria dos prejuízos que tenho observado resulta da ignorância dessas atitudes, e tenho visto muito mais esses prejuízos resultarem de tratamentos com terapeutas profissionais licenciados do que com Practitioners em PNL.

(*) Esses três terapeutas fizeram treinamento extensivo em Terapia Breve Focalizada em Soluções, e em Hipnose Ericksoniana, os quais ensinam muitas das habilidades que a PNL ensina. Bill O'Hanlon também fez um treinamento extensivo em PNL.

Publicado na Anchor Point, Junho, 2000.
Publicado no Golfinho nº69 outubro/2000.

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