Termo do Mês - Junho de 2017
O termo transe vem do latim transire e significa “ir para além de”. De acordo com a Grolier Multimedia Encyclopedia, "o transe é uma condição de 'como se estivesse dormindo' na qual a reação de uma pessoa aos estímulos e ao conhecimento do que está acontecendo é mínima". Existem diferentes níveis de transe, que variam de um transe leve, semelhante a um estado de leve distração ou devaneio, a um transe profundo ou sonambúlico. O transe profundo é definido como "uma condição que, muitas vezes simula a morte, em que há uma suspensão total do poder do movimento voluntário, e a abolição de todas as evidências da atividade mental e a redução a um mínimo de todas as funções vitais, a fim de que o paciente permaneça imóvel e aparentemente inconsciente dos objetos no ambiente, enquanto as batidas do coração e a respiração, embora ainda presentes, estão quase ou completamente imperceptíveis." Um estado de transe médio ou intermediário é, muitas vezes, acompanhado por movimentos ideomotores e catalepsia - o movimento ou o endurecimento de partes do corpo sem qualquer controle consciente aparente - como se o corpo, ou partes dele, tenha sido dissociado da personalidade consciente da pessoa.
Deste modo, o "transe" é constituído por um conjunto particular de estados de consciência, variando de intensidade, tipificados pela imobilidade, com foco de atenção na experiência gerada internamente e, muitas vezes, na dissociação da intenção consciente. Os transes são comuns na hipnose e na histeria e são, de fato, uma das características marcantes do trabalho hipnótico. Esse estado de consciência, muitas vezes, permite que as pessoas realizem operações mentais e emocionais que não seriam capazes de realizar facilmente em seu estado normal de consciência, particularmente aqueles associados com o processamento inconsciente e "a mente inconsciente".
Tipos de fenômenos do transe
Quando estabelecido em conjunto com as sugestões hipnóticas apropriadas, o transe pode ser um caminho de entrada para fenômenos psicológicos extraordinários, tais como:
1. Amnésia: lapsos ou perdas de memória para as experiências do transe. Aprendizado dependente do estado.
2. Regressão de idade: revivificação da regressão da idade e reavivamento de experiências passadas como se elas estivessem ocorrendo no presente.
3. Sugestão pós-hipnótica: criar âncoras e gatilhos para os estados da transe e os fenômenos da transe que podem ser disparados de novo após a sessão hipnótica.
4. Anestesia ou hiperestesia: entorpecimento ou intensificação da experiência sensorial como, por exemplo, o controle da dor.
5. Alucinação positiva e negativa: experimentar algo que não está realmente presente na realidade atual como se fosse real, ou não perceber algo que realmente está presente na realidade em curso.
6. Dissociação: criando estados de consciência duplos e simultâneos. Normalmente isso envolve o estabelecimento de pensamentos ou comportamentos que estão fora do conhecimento ou o controle da "mente consciente" de uma pessoa.
Quando usados corretamente, esses fenômenos podem ser aplicados para fins terapêuticos. Uma aplicação terapêutica comum do transe hipnótico, por exemplo, é facilitar a recordação e a resolução de eventos traumáticos que foram "reprimidos". Isso é feito criando um estado dissociado no qual o paciente pode perceber o evento sem ter que reviver conscientemente qualquer dor emocional ou física. O transe e o fenômeno do transe também foram utilizados com diferentes graus de sucesso no tratamento de distúrbios do autocontrole como obesidade, vícios e hábitos (por exemplo, roer as unhas, tabagismo, compulsão por doces, etc.).
Termo do Mês - Junho de 2017