PNL e Medicina

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qui, 15/07/1999

Na Conferência da IASH em Portland, no início de 1998, um dos resultados da associação foi a integração com a "medicina tradicional"; durante essa conferência, ouvimos continuamente a frase "medicina alternativa" aplicada à IASH e à PNL. Isso bateu nos ouvidos da Arielle, porque na Inglaterra, onde ela é uma profissional de Osteopatia, essa expressão é raramente usada. Na Europa, eles usam a medicina "complementar". Essa é uma ressignificação importante, que aparentemente ainda não atingiu o público em geral – especialmente na América. No entanto, exatamente como na América, os Europeus começaram com essa designação incorreta; e isso criou muito sentimento negativo de competição (embora estando na Inglaterra, tais coisas nunca foram discutidas abertamente!) Foi a campanha para trocar o nome para medicina "complementar" que ajudou os médicos a abrirem suas mentes. No entanto, muitas pessoas ainda se referem à medicina não ortodoxa como alternativa. Alguns Homeopatas e Naturopatas, etc. insistem em afirmar que o seu caminho É uma alternativa, não necessariamente compatível com as medicinas alopáticas.

Mais tarde, na conferência, após Arielle ter participado do painel médico, nós almoçamos juntos. Arielle mencionou repetidamente que "alternativo" deve ser um termo americano, porque eles usam "complementar" na Europa. Todos os membros do painel médico – doutores de tão longe quanto a Escócia e América do Sul – concordaram. Foi nesse momento que o Jay teve uma daquelas "luzes brilhantes do óbvio:" Ele não tinha conseguido ouvir o que a Arielle e os outros estavam dizendo, porque ele e a comunidade de PNL da América estão muito envolvidos com a necessidade de ser diferentes – uma "alternativa." Não é engraçada a maneira como a gente pode fazer parte de uma comunidade e esquecer que o resto do mundo está completamente inconsciente de coisas simples que a gente considera naturais?

Portanto, o que gostaríamos de fazer é sugerir que você considere a possibilidade de alterar sua linguagem para "complementar", e dar-lhe algumas razões pelas quais essa seria uma boa ideia. A fim de dar o primeiro passo em direção à medicina integrativa: Abandone "alternativa" e abrace "complementar".

Medicina Alternativa

Por um momento, experimente a expressão: "medicina alternativa." Você vai notar que ela pressupõe diferença, divisão e separação. Alternativa: proposição que oferece uma escolha entre duas ou mais coisas, onde apenas uma pode ser escolhida. Isso implica em que o dinheiro gasto em uma direção poderia e deveria ser gasto em outra; não é de admirar que haja tanta resistência da comunidade médica. A expressão pressupõe que o tamanho da torta financeira destinado à medicina é limitado e que se um lado ganhar uma fatia maior, o outro lado perde. Se você pensar sobre isso, começará a perceber o quanto essa expressão impede, se não evita, a integração de todas as disciplinas médicas na América. Eles não têm esse problema na Europa, e nós acreditamos que seja devido a uma simples questão de semântica.

No livro The Art of the Long View, Peter Schwartz menciona enredos comuns que ele encontra ao prever o futuro. Um desses enredos chama-se "Ganhadores e Perdedores" em que os recursos são escassos, de modo que se um lado enriquecer o outro ficará mais pobre (ex.: doutores contra outras pessoas). Ele afirma que "o conflito é inevitável e é o jogo do vencedor."

Se o jogo continuar, ele sugere, "a identidade do vencedor vai depender da tecnologia." Outro enredo é o do "Vigilante Solitário", em que ambos os lados veem a si próprios como heróis independentes, cada um convencido de sua própria virtude e da certeza da vitória. Quando dois ou mais Vigilantes Solitários dão-se cabeçadas, criam um conflito especialmente virulento de ganhadores e perdedores.

Vamos analisar outro enredo que a Medicina Ocidental protagonizou com relação ao câncer: Desafio e Resposta. Um artigo do jornal USA Today (29 de Maio de 1997) informou que a "Guerra ao Câncer" de US$ 30 milhões foi um fracasso. Ao mesmo tempo em que as despesas de pesquisa do Governo aumentaram, não tiveram nenhum impacto sobre as taxas de mortalidade de 1986 até 1994. "Nós empregamos nossos melhores esforços por décadas: bilhões de dólares para apoio, os melhores talentos científicos disponíveis. De nada adiantou. Eu acho que temos que pensar seriamente em alternativas."

 Finalmente, vejamos mais um enredo: Possibilidade Infinita. Talvez, se aprendermos a trabalhar com nossos colegas no campo da saúde, ao invés de perder nossa energia lutando contra eles como se fossem inimigos, todos nós poderíamos nos beneficiar das possibilidades infinitas inerentes à união das disciplinas de cura.

Medicina Complementar

Após examinar os vários "enredos do futuro" que podem ser escolhidos pela PNL, experimente agora a expressão: "medicina complementar". Você percebe o alinhamento com outras disciplinas médicas que enfrentam nosso desafio comum – a doença? A expressão pressupõe ligação, alinhamento e integração. Segundo o Webster’s, um complemento é algo que preenche, completa, ou aperfeiçoa. A maneira mais fácil de começar é mudar nossas mentes de "alternativa" para "complementar", a partir do ganha-perde para possibilidades infinitas.

"Complementar" também sugere a união de forças para criar melhor saúde física e mental. Esta, acreditamos, é a mensagem de Andrew Weil, M.D. Ela nos dá, também, a sensação de que existe uma fatia ainda maior de recompensas financeiras disponível para todos os praticantes. Os médicos frequentemente usam uma combinação de remédios – um coquetel – para tratar condições complexas; talvez possamos começar a empregar um "coquetel" de disciplinas curativas para assegurar que a cura aconteça e permaneça em todos os níveis – físico, mental e espiritual. E, como sugere o artigo do USA Today, nós poderemos exercer um papel muito importante na prevenção da doença.

Não há limites para qualquer modelo de solução de problema, conforme demonstrado por Thomas Kuhn em seu trabalho The Structure of Scientific Revolutions. A medicina ocidental é extremamente boa na luta pela cura: medicina de emergência, luta contra infecções, etc. A acupuntura move a energia através dos meridianos energéticos do corpo, desencadeando as energias curativas daquilo que Fred Alan Wolf chama de "Corpo Quântico". O Shamanismo também trabalha neste nível de energia quântica. A Homeopatia trabalha com o poder curativo das plantas. A Osteopatia e a Quiroprática realinham o esqueleto para liberar as forças de cura.

A PNL trabalha com a mente para remover marcas da infância e conflitos internos que impedem o sistema imunológico de atingir a cura desejada. É possível treinar novamente o sistema imunológico para desaprender as alergias? Sim, a PNL pode fazer isso em cerca de uma hora. É possível comprometer a mente para curar algumas doenças chamadas "incuráveis" como Esclerose Múltipla? Sim. A PNL funciona em tudo? Não. Você não pode curar um ataque do coração com a PNL, mas você pode ser capaz de preveni-lo.

Você é o juiz

Somente você pode decidir se a mudança de uma palavra por outra melhor pode mudar, também, suas percepções, de maneira a acelerar a integração das disciplinas de cura. A mudança de uma palavra poderá abrir possibilidades para a criação de rapport imediato com uma comunidade médica contra a qual temos trabalhado tão ardentemente? Acreditamos que sim. John Grinder disse, uma vez, que quando temos apenas uma perspectiva ficamos limitados. Precisamos de, pelo menos, três perspectivas para ver algo com algum grau de clareza. Muitos de nós, na arena da PNL, temos apenas a perspectiva da PNL – o ponto de vista do Vigilante Solitário. Agora é a hora de usar nossa flexibilidade para abraçar e integrar a medicina ocidental, a medicina oriental, o shamanismo, a PNL, e tudo o mais; é a hora de colocar nossas capacidades em alinhamento com outras disciplinas de cura, a serviço da humanidade.

Abandone a medicina "alternativa" e abrace a "complementar"

Publicado: Anchor Point, Jan/99 e Golfinho nº 52 abril/99
Trad. Hélia Cadore

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