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Perspectivas diferentes
Muitas vezes, é útil avaliar um evento ou um resultado a partir de uma perspectiva diferente: da nossa própria perspectiva, da perspectiva de outra pessoa e da perspectiva de um observador independente. John Grinder e Judith DeLozier apresentam essas perspectivas como posições perceptivas. As posições perceptivas fornecem uma abordagem equilibrada para pensarmos sobre um evento ou um resultado. Nas situações onde a compreensão ou o progresso é pouco ou nenhum, elas podem fornecer uma maneira de desenvolver novas compreensões e criar novas escolhas.
As três posições perceptivas são:
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Primeira posição: ver, ouvir e sentir a situação através dos seus próprios olhos, ouvidos e sensações. Você pensa em termos do que é importante para você, o que você quer alcançar.
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Segunda posição: calçar os sapatos da outra pessoa e experimentar (ver, ouvir e sentir) a situação como se você fosse a outra pessoa. Você pensa em termos de como essa situação poderia parecer ou ser interpretada pela outra pessoa. Você já ouviu a expressão: "Antes de criticar alguém, caminhe uma milha nos sapatos dele."
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Terceira posição: afastado da situação e experimentando-a como se você fosse um observador separado. Na sua mente, você é capaz de ver e ouvir você mesmo e a outra pessoa, como se você fosse uma terceira pessoa. Você pensa em termos de quais opiniões, observações ou conselhos ofereceria a alguém que não está envolvido. Você precisa estar num estado pleno de sólidos recursos e obter uma visão objetiva do seu próprio comportamento e procurar oportunidades para responder de uma maneira diferente para alcançar um resultado diferente e mais positivo.
Algumas vezes, nós nos encontramos presos numa dessas posições:
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Alguém que vive sua vida na primeira posição tende a se focar nas suas necessidades em vez das necessidades dos outros – uma atitude "egocêntrica". Nós poderíamos dizer que os viciados tendem a ver o mundo da primeira posição.
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Alguém, que vive sua vida principalmente na segunda posição, está sempre pensando nas outras pessoas à custa das suas próprias necessidades. Codependentes ou permissivos numa situação disfuncional ou viciada se encaixariam nessa descrição. Existe um ditado sobre dependentes: "Quando um dependente morre, é a vida de outra pessoa que passa como um filme na frente dos seus olhos, no lugar da sua própria".
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Alguém, que vive na terceira posição, seria visto como um indiferente e desinteressado observador da vida – sempre olhando de fora.
Todas as três posições têm a mesma importância e é útil deslocar-se, consciente ou inconscientemente, através dessas posições enquanto vivenciamos as nossas atividades diárias.
Um exercício
Para ilustrar a utilidade das posições perceptivas, considere o seguinte exercício, que você pode fazer sozinho ou com alguém para guiá-lo através das etapas. Pense numa conversa, discussão ou divergência que você teve recentemente com outra pessoa, e que não saiu bem como você esperava e a situação permanece não resolvida. Para efeito do diálogo, irei supor que a outra pessoa seja um homem.
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Você está preparado para explorar essa situação para descobrir outras maneiras para lidar com ela, se uma situação semelhante ocorrer no futuro? Essa é uma pergunta importante. Se você está comprometido a manter a outra pessoa como errada e não está preparado para aprender com as suas experiências, não importa o que aconteça, então não vale a pena perder seu tempo e prosseguir nessa situação particular. Escolha outra situação.
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Supondo que você respondeu "sim" para a primeira pergunta, coloque-se numa posição confortável, feche seus olhos e volte para aquele evento, olhe através dos seus próprios olhos, vendo o que você via, ouvindo o que você ouvia e sentindo o que você sentia durante aquela interação. Você pode fazer isso muito ligeiro, visto que o propósito principal aqui é relembrá-lo do evento e do que você experimentou. Aqui você está experimentando o evento a partir da primeira posição. Quando você tiver terminado, abra os olhos, corra os olhos pela sala, levante-se, estique seu corpo – isso é chamado de interrupção do estado e a intenção é limpar a sua mente das representações internas do evento.
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De novo, sinta-se confortável, feche seus olhos e desta vez coloque-se no lugar da outra pessoa, assuma a fisiologia dela olhando através dos olhos dela, vendo o que ela via, ouvindo o que ela ouvia, e com o melhor da sua habilidade, experimentando como ela se sentia estando numa conversa com uma pessoa que parece e age como você! A partir dessa outra perspectiva, perceba as expressões faciais, a linguagem corporal, os gestos das mãos, o tom de voz e as palavras que são usadas por essa pessoa que se parece com você, se comporta e se expressa como você. Será que isso lhe dá alguma compreensão de porque ele reagiu da maneira que reagiu? Se você tivesse que dar à pessoa que se parece com você algum conselho, desde essa perspectiva de como lidar com a situação de forma diferente, qual seria o seu conselho? Quando estiver pronto, abra seus olhos, olhe pela sala, levante-se e se estique. Você aprendeu alguma coisa sobre você e como pode lidar com a situação de modo diferente da próxima vez com um resultado potencialmente diferente? Muitas vezes as pessoas aprendem e, algumas vezes, elas aprendem ainda mais no próximo passo.
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Sinta-se confortável, feche seus olhos e dessa vez olhe para o evento como se você fosse uma mosca na parede. Um pouco distante na sua frente, você pode ver uma pessoa que se parece, se comporta e se expressa como você e a outra pessoa. A partir dessa outra perspectiva, note as expressões faciais, a linguagem corporal, os gestos da mão, o tom de voz e as palavras que essa pessoa que se parece, se comporta e se expressa como você está usando. Você pode dar para essa pessoa algum conselho de como a situação poderia ser tratada de modo diferente e talvez, alcançar um resultado diferente, mais positivo? Quando você estiver pronto, abra seus olhos, olhe em torno da sala, fique de pé e se estique. E que tal agora, aprendeu algo sobre você mesmo?
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Repita os passos 2 a 5. Dessa vez use os novos comportamentos e os recursos que você identificou no passo 3 e no 4. Você notou alguma coisa diferente dessa vez? Talvez, uma oportunidade para alcançar um resultado diferente mais positivo?
Frequentemente eu uso esse exercício nas apresentações em público. Eu me recordo que em um evento, depois que eu terminei o exercício, uma jovem levantou-se e saiu da sala. Ela retornou cerca de 20 minutos mais tarde, e no intervalo seguinte, veio falar comigo, se desculpando por ter saído da sala da maneira que fez. Ela começou a explicar que cerca de duas semanas antes, ela tivera uma grande briga com a sua colega de quarto e amiga de longa data que resultou nela se mudando e as duas não se conversando mais desde ali. Ao fazer o exercício, ela se deu conta de que podia ter conduzido a situação de modo diferente e saiu da sala para ter uma conversa com a sua amiga. Como resultado dessa nova conversa, ela estava voltando a morar com a sua amiga naquela mesma noite.
Isso me relembra duas Pressuposições da PNL: "o sistema (pessoa) com o comportamento mais flexível terá a maior influência no sistema" e "não existe fracasso, apenas feedback". Também me recorda do segundo passo dos "Cinco passos para o sucesso" – aja!
Divirta-se com esse exercício, é fácil de fazer e muito eficaz!
Você pode usar as posições perceptivas para revisar um evento no passado ou para se preparar para um evento no futuro.
Roger Ellerton PhD, CMC é um consultor certificado de administração, fundador e sócio gerente da Renewal Technologies. O artigo acima é baseado no seu livro "Live Your Dreams Let Reality Catch Up: NLP and Common Sense for Coaches, Managers and You".
O artigo acima foi traduzido na íntegra do original sob o título "Perceptual Positions" que se encontra no site da "Renewal Technologies.
Tradução JVF, direitos da tradução reservados.