Crenças – o poder para criar ou destruir

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ter, 12/03/2019

As crenças são as regras pelas quais conduzimos a nossa vida. As crenças são os conceitos que nós consideramos como verdadeiros sobre nós, sobre as outras pessoas e o mundo em geral. Elas determinam o que podemos e não podemos fazer. Mantidas dentro da mente inconsciente, elas também filtram a nossa realidade e, dessa forma, formam as nossas percepções do mundo ao nosso redor.

Estima-se que recebemos mais de 2.000.000 bits de informação a cada segundo através dos nossos cinco sentidos. Para ser capaz de lidar com essa enorme quantidade de informação fluindo para o nosso sistema nervoso, a nossa mente inconsciente deve filtrar essas informações. Isso é feito de três maneiras fundamentais.

Em primeiro lugar, o filtro elimina as informações da nossa percepção consciente. Todo mundo já passou pelo desaparecimento das chaves do seu carro só para ser informado por um amigo de que elas estiveram o tempo todo bem na sua frente. Enquanto estiver funcionando corretamente, esse filtro nos protege da sobrecarrega. No entanto, ele também pode nos fazer perder a evidência de que algo é possível.

Em segundo lugar, a nossa mente inconsciente distorce a informação que recebemos. Todos nós já passamos pela experiência do barulho que faz um aquecimento central quando esfria durante a noite sendo transformado no som de um ladrão descendo as escadas. É tão real que o medo faz o nosso coração bater mais rápido. Esse filtro nos dá a capacidade para sermos criativos, embora também possa distorcer a nossa percepção de mundo para se ajustar às nossas crenças limitantes.

Finalmente, a mente inconsciente generaliza a informação identificando padrões. Por exemplo, quando você se aproxima de uma determinada porta pela primeira vez, você tem regras gerais de como funciona essa porta. Você não precisa descobrir os princípios básicos toda vez que se aproximar de uma porta nova. Esse filtro nos permite aprender e é também a maneira fundamental pela qual formamos as crenças. Nós temos a experiência, provavelmente não muito boa, e nós criamos uma ampla generalização sobre nós mesmos, sobre as pessoas ao nosso redor ou a maneira de como o mundo funciona.

Tudo isso acontece na mente inconsciente antes de tomarmos consciência disso. Em suma, não temos nenhum mecanismo para experimentar diretamente o que está realmente acontecendo fora do nosso sistema nervoso. Por exemplo, cada um dos nossos olhos é equivalente a uma câmera de um megapixel. Então, nós literalmente olhamos para o nosso mundo através de duas câmeras de um megapixel. No entanto, essa não é a nossa experiência. Nós experimentamos uma densidade significativamente mais rica de pixels. Isso é criado dentro do sistema nervoso, não é o que estamos “vendo” fisicamente. Efetivamente, nós criamos a nossa própria versão pessoal da realidade. Nós compartilhamos rótulos para as coisas que experimentamos, mas você realmente sabe que a cor que nós rotulamos como vermelha é na verdade a mesma cor que eu estou vendo?

Uma das maneiras fundamentais em que a nossa mente inconsciente filtra a nossa realidade é através das nossas crenças. Através das experiências que nós temos, instante a instante, nós, consciente ou inconscientemente, decidimos o que é verdadeiro para nós. O psicólogo Morris Massey postulou que a grande maioria das nossas crenças foi criada durante os nossos primeiros 10 anos de vida, com o maior impacto ocorrendo aos sete anos. Daí o ditado: “Mostre-me um garoto nos seus primeiros10 anos e eu lhe digo que homem será.”

Pense no mundo durante os seus primeiros 10 anos e considere que tipo de crenças você pode ter decidido criar e ainda, mais do que provável, operar a partir de hoje. Se eu não tivesse revisto as minhas crenças e feito as mudanças apropriadas, eu pessoalmente estaria tentando navegar pelo mundo de hoje com crenças que estariam 40 anos desatualizadas! Eu nunca pensaria em sair para viajar com um mapa mostrando as estradas e que estivesse 40 anos desatualizado. No entanto, é isso que a maioria das pessoas faz e depois se pergunta por que elas não acham a jornada da vida delas tão profícua e calma quanto gostariam que fosse.

Mudar as nossas crenças pode ter um impacto enorme na realidade que experimentamos e, portanto, nos resultados que criamos na nossa vida.

Henry Ford disse uma vez: "Se você acredita que pode ou que não pode, você está absolutamente certo!" Esta foi a resposta dele quando seus engenheiros disseram que era impossível construir um motor V8. É uma afirmação muito simples, contudo o impacto é profundo. Considere o efeito que as suas crenças têm na sua vida. As suas crenças o impulsionam em direção aos seus objetivos ou elas usam os freios? Elas permitem que você faça mais ou faça menos?

O ciclo da crença

O ciclo da crença

Aqui vemos como as crenças funcionam. Digamos que você acredita que não pode ter sucesso na administração do seu próprio negócio. Se isso fosse verdade, quanto do seu potencial para fazer negócios você acha que estaria usando? Não muito! Portanto, a ação que você tomaria para ser bem-sucedido em seu negócio seria bastante tímida. E que tipo de resultado você obteria de uma ação tímida? Decepcionante, e foi nisso que você acreditou no início para que você tivesse mais evidências de que a sua crença é verdadeira.Torna-se um círculo vicioso, uma espiral descendente, uma profecia autorrealizável. Decidimos que algo é verdade e depois criamos as evidências em nossa experiência para justificar e apoiar essa decisão.

E o que acontece se você acreditar que pode ser bem-sucedido com facilidade nos negócios. Você aproveitaria todo o seu potencial como uma pessoa de negócios, a ação que você tomaria seria positiva e focada e, portanto, os resultados que você criaria seriam excelentes, fornecendo mais evidências de que você pode, com mais facilidade, ser bem-sucedido nos negócios. Mais uma vez, um círculo vicioso, mas desta vez é uma espiral ascendente, aquela que o leva a mais sucesso nos negócios!

Não é apenas a nossa vida profissional que é afetada pelas nossas crenças. São todas as áreas da nossa vida -- saúde e condição física, relacionamentos, vida familiar, desenvolvimento pessoal, todas.

Como sabemos se temos crenças enfraquecedoras? Bem, vale a pena investigar as suas crenças se houver uma área da sua vida em que você não está alcançando os seus objetivos. Uma das melhores maneiras de fazer isso é jogar um jogo. Pense em uma situação na sua vida que não está funcionando como você quer. Suponha que você está num mundo estranho onde tudo o que acontece com alguém, é transformado por essa pessoa em algo pessoal. Imagine que você conheceu alguém num bar ou no trem e começa a conversar com ele. Ele começa a lhe contar sobre a vida dele e, para sua surpresa, ele tem na vida dele exatamente a mesma situação que você tem na sua. Pergunte a você mesmo: “Se somos o resultado de nossas crenças, o que essa pessoa teria que acreditar para ter criado essa situação para ele?” Anote todas as respostas para a sua pergunta até não conseguir pensar em mais nada. É importante que você escreva tudo, não importa o quão bobo ou ridículo pareça, elas são suas crenças.

Outra técnica seria pensar em todas as razões ou desculpas que você dá a si mesmo ou às outras pessoas toda vez que não consegue o que deseja. Desculpas são apenas crenças limitantes que você decidiu criar como resultado das suas experiências anteriores na vida.

Pense em cada uma das crenças e faça a você mesmo as seguintes perguntas:
 

  •  “Essa crença me fortalece?”
  • “Essa crença me permite ser mais ou menos?”
  • “Essa crença me permite fazer mais ou menos?”
  • “Essa crença me permite ter mais ou menos?”
  • “Essa crença me dá mais ou menos escolhas?”

Coloque um ‘x’ ao lado das crenças que não o fortalecem, impedem que você seja, faça ou tenha o que realmente deseja ou que limite as suas escolhas. Como nós não nascemos com as nossas crenças, você deve tê-las aprendido, então nós podemos sempre aprender alguma coisa nova.

Você poderia pensar em cada uma dessas crenças como um tampo de mesa com pernas de apoio. As pernas da mesa foram criadas a partir das suas experiências de referência. Cada perna é uma evidência de que você acredita que aquela crença é verdadeira. Para mudar a crença, devemos começar retirando as pernas. Aqui temos uma técnica simples e poderosa usando perguntas. Eu as chamo de perguntas destruidoras de crenças.

Em primeiro lugar, precisamos criar vantagem para a sua mente inconsciente querer mudar a crença. Considere essas três perguntas:
 

  • O que essa crença me custou no passado?
  • O que essa crença está me custando agora mesmo?
  • O que essa crença irá me custar no futuro se eu não a mudar?

Assim que você sentir o desejo de mudar completamente a crença, considere as seguintes perguntas:
 

  • Como eu saberia que essa crença era falsa?
  • Para quem no mundo essa crença não é verdadeira?
  • Quando no passado essa crença não foi verdadeira para mim?
  • De que maneira eu sei que essa crença não é verdadeira?
  • De que maneira o contrário dessa crença pode realmente ser verdade?
  • O que vai acontecer se eu continuar acreditando nisso?
  • Como é possível que eu acreditasse nisso?
  • Qual foi o propósito ter essa crença?

Agora pense na antiga crença que você tinha. Você percebe que ela mudou? As pernas da mesa continuam instáveis? Agora nós precisamos instalar uma nova crença no lugar da antiga. Por isso, considere plenamente as seguintes perguntas:
 

  • O que eu quero acreditar em vez disso?
  • Como eu sei que isso é verdade?
  • Quem mais eu sei que sabe que isso é verdade?
  • Quantas vezes no passado eu experimentei que isso era verdade?
  • Quais serão as consequências eu acreditando isso?
  • O que eu ganho no future com essa nova crença?

Crie o hábito de manter o foco no que você quer, melhore as suas crenças e assuma a responsabilidade pelo que você criou na sua vida. Dessa forma, você tem o poder de criá-la da maneira que quiser. E lembre-se:

"Se você faz sempre a mesma coisa, irá sempre aprender aquilo que já sabia!"

O artigo original "Beliefs - The Power to Create or Destroy" encontra-se no site: www.positivehealth.com/articles/nlp/

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