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Uma maneira de detectar a dominante sensorial de uma pessoa é ouvi-la falar, estando-se particularmente atento às palavras de base sensorial. Quando nos descreve sua experiência, nosso interlocutor seleciona, em geral num nível inconsciente, as palavras que a representam melhor. A linguagem reflete o pensamento. As palavras escolhidas por aqueles que nos falam são o reflexo dos processos internos que utilizam para construir sua experiência presente.
Escutando os predicados (os verbos, os adjetivos e os advérbios), podemos saber que sistema de representação uma pessoa utiliza num dado momento. "Acho que vamos nos defrontar com um problema difícil de carregar nos ombros. É hora de manter os pés bem firmes no chão e ficarmos juntos."
"Preciso discutir esse negócio com você. Embora haja risco, o que ele promete me soa bem. Gostaria que você me desse a sua opinião." "Se você examinar com atenção a nossa proposta, verá que tentamos conciliar o seu ponto de vista e o nosso. Não consigo perceber o que o preocupa nesta proposta."
Os predicados são palavras que repousam sobre uma base sensorial. Aquele que lhe diz estar vendo claramente o cerne da questão indica que naquele momento está construindo sua experiência interna de maneira visual. O que alega não ter contato com você indica que ele está avaliando a experiência que possui do relacionamento com você de modo cinestésico.
Por mais surpreendente que pareça, nossos interlocutores nos dizem a cada instante o que estão fazendo interiormente. Além disso, fazem-no também de forma não verbal, através dos gestos e movimentos oculares. (próximo artigo).
Abaixo alguns exemplos de palavras de base sensorial.
VISUAL (v) | AUDITIVO (a) | CINESTÉSICO (k ou c) | INESPECÍFICOS |
Ver, olhar mostrar, perspectiva imagem claro, esclarecer luminoso, sombrio brilhante, colorido visualizar, iluminar vago, impreciso, nítido brumoso, uma cena horizonte, clarão fotográfico |
Ouvir, falar dizer, escutar perguntar, dialogar acordo, desacordo soar, ruído ritmo, melodioso musical harmonioso tonalidade, discortante sinfonia, cacofonia gritar, urrar |
Sentir, tocar em contato com conectado, relaxado concreto, pressão sensível, insensível sensitivo, delicado sólido, firme, imobilizado mole, ferido, ligado caloroso, frio tensão, duro, excitado carregado, descarregado |
Percebe experimenta entende pensa aprende processa decide motiva considera muda tem em mente |
Certos predicados não são precisos do ponto de vista sensorial, e é esta a razão por que uma frase não lhe dará indicação nesse domínio. Caso de palavras como: compreender, pensar, recordar-se, saber, crer etc. Nesse caso, perguntas simples, do tipo "Como você sabe isso?" ou "Como você faz para aprender isso/recordar-se etc.?", permitem obter a informação. Seu interlocutor o informará do processo interno que utiliza. É provável que você receba respostas como: "Bem, vejo que... ou "Digo a mim mesmo que...", ou ainda "Sinto que..."
Às vezes, ao contrário, você descobrirá vários sistemas utilizados na mesma frase.
- "Vejo bem o que você está dizendo."
- "O que você experimentou está me falando."
Mesmo nesse caso, o sistema dominante fica facilmente referenciável. A primeira pessoa é provavelmente visual. Sua estratégia consiste em traduzir o que você diz (A) em imagem (V). Seja Ae ---> Vi. É assim que suas palavras podem tomar um sentido para ela.
A segunda é de dominante auditiva. Ela traduz o vivido cinestésico do parceiro em termos auditivos. É utilizando tal registro que ela dá sentido às suas palavras.
Para ilustrar uma combinação diferente, em circunstâncias semelhantes, um cinestésico teria podido dizer: "Sinto muito bem o que você está me dizendo." É a frequência de emprego desses termos que permite determinar a dominante sensorial.
Ao escutar cada uma dessas frases, temos condições de saber como o indivíduo constrói instante a instante sua experiência da realidade. Numa situação de tomada de decisão, por exemplo, para o visual, ver é crer; já o auditivo precisa de algo que lhe fale; o cinestésico terá necessidade de senti-lo.
Estas informações têm repercussões importantes em matéria de comunicação e podem mostrar-se decisivas no campo profissional.
Uma adaptação do livro:
Guia de PNL - Novas Técnicas para o desenvolvimento pessoal e profissional
Alain Cayrol e Patrick Barrère
Editora Record